Gás exportado por Moçambique sobe 33% para mais de 852 ME em seis meses
A exportação de gás natural por Moçambique ascendeu a 901 milhões de dólares (852,3 milhões de euros) no primeiro semestre do ano, um aumento de 33% face ao mesmo período de 2023.
“O incremento nas receitas do gás natural é explicado pelo aumento do volume exportado, associado ao início da exploração e exportação do gás da área 4 da bacia do Rovuma, num contexto em que no mercado internacional, o preço médio baixou 28%”, lê-se num relatório do Banco de Moçambique.
As vendas de gás natural por Moçambique ascenderam a 1.726 milhões de dólares (1.633 milhões de euros) em 2023, três vezes mais do que em 2022, aproximando-se do carvão, que ainda lidera entre as exportações moçambicanas.
De acordo com dados de relatórios anteriores do Banco de Moçambique, a exportação de gás natural em 2023 aumentou 218% face ao ano anterior, em que essas vendas atingiram os 541,6 milhões de dólares (512,4 milhões de euros).
Em 2023, Moçambique exportou ainda gás, em valor, idêntico à soma dos anos de 2017 a 2022, que totalizou mais de 1.866 milhões de dólares (1.765 milhões de euros).
O aumento nas exportações de gás natural continua a ser explicado pelo arranque, no final de outubro de 2022, da operação na Área 4 — o único dos três projetos aprovados já em fase de produção – pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma ‘joint venture’ em copropriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão, cuja produção de gás natural arrancou em 2022.
A Eni, concessionária da Área 4 do Rovuma, tem em curso o desenvolvimento de uma segunda plataforma flutuante, cópia da primeira e designada Coral Norte, para aumentar a extração de gás, disse à Lusa, em junho, fonte da petrolífera italiana.
Este plano envolve, nomeadamente, a aquisição de uma segunda plataforma flutuante, conhecida como FNLG, para a área Coral Norte, idêntica à que opera na extração de gás, desde meados de 2022, na área Coral Sul, já em construção na Coreia do Sul.
“A Eni está a trabalhar para o desenvolvimento do Coral Norte através de uma segunda FLNG em Moçambique, aproveitando a experiência e as lições aprendidas na Coral Sul FLNG, incluindo as relacionadas com custos e tempo de execução”, acrescentou a mesma fonte da petrolífera, operadora delegada do consórcio.
Um documento divulgado anteriormente, elaborado pela firma moçambicana Consultec para a petrolífera Eni, aponta tratar-se de um investimento de sete mil milhões de dólares (6,3 mil milhões de euros), sujeito a aprovação do Governo moçambicano.
Se o cronograma correr como previsto, a plataforma começará a produzir na segunda metade de 2027, ou seja, poderá arrancar ainda antes dos projetos em terra, que dependem de implicações de segurança devido à rebelião armada em Cabo Delgado.
A Coral Norte vai ficar estacionada 10 quilómetros a norte da Coral Sul, cuja produção arrancou em novembro de 2023, tornando-se no primeiro projeto a tirar proveito das reservas da bacia do Rovuma.
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By Impala News / Lusa
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