China prevê que défice orçamental aumente em 2025
A China anunciou hoje a introdução de uma política orçamental “ainda mais ativa” para 2025, nomeadamente para apoiar o consumo, que permanece débil, abrindo caminho a um aumento do défice orçamental.
Esta aceleração da despesa pública faz parte de um “arsenal” de cinco medidas anunciadas pelo Ministério das Finanças, no final de uma conferência nacional de dois dias que arrancou na segunda-feira.
O plano inclui também “apoio às autarquias locais” e uma “emissão de obrigações do Estado”.
A segunda maior economia do mundo está a enfrentar baixos níveis de consumo, finanças locais abaladas por uma crise imobiliária persistente e incertezas sobre o comércio externo, face ao crescente protecionismo de alguns dos seus principais mercados.
Nos últimos meses, Pequim intensificou as suas medidas de apoio, incluindo cortes nas taxas de juro e um aumento do limite máximo da dívida das administrações locais.
O novo “arsenal” de medidas deve permitir “promover o consumo” e “reforçar os recursos financeiros locais”, afirmou o ministro das Finanças chinês, Lan Fo’An, citado pela televisão estatal CCTV.
O Ministério tenciona igualmente aumentar certas prestações sociais, reforçar as medidas de “apoio às empresas” e flexibilizar a regulação das exportações.
Estes novos anúncios surgem na sequência de várias reuniões económicas importantes realizadas no início de dezembro, que já se tinham centrado no estímulo ao consumo interno.
Os principais dirigentes do país, incluindo o Presidente chinês, Xi Jinping, prometeram uma política monetária “moderadamente relaxada”, segundo a CCTV.
As medidas anunciadas hoje pelo ministro das Finanças chinês “não são de todo novas”, mas “é encorajador vê-lo reafirmar que os esforços orçamentais serão dirigidos” para “fatores que pesam na dinâmica económica”, apontou Yue Su, economista-chefe da Economist Intelligence Unit.
No entanto, o Governo “não especificou explicitamente como é que estes recursos serão utilizados para estabilizar o mercado imobiliário”, “uma das principais prioridades dos governos locais”, acrescentou o analista.
“A escala pode ser mais pequena do que parece à primeira vista”, ressalvou Gary Ng, da Natixis. O plano destina-se mais a “gerir os riscos financeiros do que a injetar novos fundos na economia”, considerou.
Pequim tem como objetivo um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 5% em 2024, um valor que os responsáveis políticos estão confiantes de poderem alcançar.
Entretanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento mais fraco de 4,8% para 2024, seguido de um novo abrandamento para 4,5%, em 2025.
JPI // MSF
By Impala News / Lusa
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