Atividade industrial da China atinge em março valor mais elevado em 12 meses
A atividade da indústria transformadora da China cresceu em março ao ritmo mais rápido dos últimos 12 meses, segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística chinês

Pequim, 31 mar 2025 (Lusa) — A atividade da indústria transformadora da China cresceu em março ao ritmo mais rápido dos últimos 12 meses, segundo dados divulgados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês).
O Índice de Gestores de Compras (PMI, na sigla em inglês), o indicador de referência da indústria, registou em março 50,5 pontos, 0,3 pontos acima do alcançados no mês anterior (50,2), cumprindo assim as previsões dos analistas.
Neste indicador, um valor acima do limiar dos 50 pontos representa um crescimento da atividade do setor, em relação ao mês anterior, enquanto um valor abaixo representa uma contração.
Entre os cinco subíndices que compõem o PMI da indústria transformadora, os da produção, das novas encomendas – fundamentais para medir a procura – e dos prazos de entrega situaram-se acima da referida marca, enquanto os das existências de matérias-primas e do emprego permaneceram na zona de contração.
O estatístico do NBS Zhao Qinghe atribuiu a recuperação do setor em março à dissipação definitiva do impacto do Ano Novo Lunar, a principal época de férias na China, que pesou sobre a indústria transformadora em janeiro, após três meses consecutivos de crescimento.
Julian Evans-Pritchard, analista da consultora britânica Capital Economics, observou num relatório que a referida subida das novas encomendas em março poderá dever-se ao facto de os importadores norte-americanos terem antecipado as suas compras de bens chineses antes de entrarem em vigor novas taxas alfandegárias.
“As encomendas para exportação subiram para o seu nível mais elevado desde abril passado”, observou o analista.
O NBS também informou hoje que o PMI para os setores dos serviços e da construção recuperou de 50,4 pontos, em fevereiro, para 50,8 pontos, no mês que termina hoje.
Este resultado superou as expectativas dos analistas, que esperavam que este indicador se situasse em 50,5 pontos, ao mesmo nível que o PMI da indústria transformadora.
Em todo o caso, é o setor da construção, que subiu de 52,7 para 53,4 pontos, que está a puxar o ritmo: o setor dos serviços, que tinha estado estável em fevereiro, subiu 0,3 pontos para 50,3 pontos.
“Os PMI oficiais sugerem que as despesas com infraestruturas estão a recuperar (…) O PMI da construção subiu para um máximo de 10 meses, provavelmente impulsionado pelo apoio fiscal”, explicou Evans-Pritchard.
O PMI composto, que combina a evolução das indústrias transformadoras e não transformadoras, subiu de 51,1 em fevereiro para 51,4 pontos em março.
A Capital Economics sublinhou que isto deixa a média do primeiro trimestre de 2025 abaixo do último trimestre de 2024, apontando para “uma contração trimestral no crescimento do PIB que será vista ainda mais nos dados anuais devido a um efeito de base comparativo pouco lisonjeiro”.
“Duvidamos que o resto do ano seja muito melhor. Os orçamentos permitem um maior apoio orçamental nos próximos meses, mas as taxas norte-americanas, que aumentarão esta semana, começarão a pesar sobre as exportações mais cedo ou mais tarde”, observou Evans-Pritchard.
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By Impala News / Lusa
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