Boeing vai vender ativos digitais à Thoma Bravo por 9.200 ME
A Boeing anunciou hoje que chegou a acordo com a norte-americana Thoma Bravo para vender parte do seu negócio de Soluções Digitais de Aviação por 10,5 mil milhões de dólares (perto de 9,2 mil milhões de euros).

Entre os ativos que vão ser alienados ao fundo de investimento incluem-se a Jeppesen, ForeFlight, AerData e OzRunways, segundo um comunicado divulgado pela fabricante norte-americana.
No entanto, a empresa garante que vai manter no seu portfólio os principais ativos digitais que utilizam dados específicos de aeronaves para fornecer serviços de manutenção, diagnóstico e reparação de frotas aos clientes comerciais e da área da defesa.
A venda deverá estar concluída até ao final deste ano, segundo a Boeing, estando ainda sujeita a aprovação dos reguladores.
“Esta transação é uma peça importante na estratégia em curso de nos focarmos nos negócios principais”, começou por destacar o presidente executivo da Boeing, Kelly Ortberg, citado no mesmo comunicado.
Já o sócio-gerente da Thoma Bravo, Holden Spaht, referiu que têm “orgulho de investir numa plataforma tecnológica tão importante para a indústria aeroespacial e de defesa”.
A área da Boeing Soluções Digitais de Aviação emprega, atualmente, cerca de 3.900 funcionários em todo o mundo e a fabricante garante que está a trabalhar com a Thoma Bravo “para ajudar a garantir uma transição o mais tranquila possível para os trabalhadores”.
No final do ano passado, a gigante aeronáutica norte-americana anunciou medidas para preservar a sua tesouraria, incluindo planos para cortar cerca de 10% da força de trabalho mundial (171 mil funcionários em 2023, isto é, 17 mil empregos).
Além disso, anunciou que também estava a considerar vender as suas atividades no domínio aerospacial para reorientar a estratégia do grupo e reforçar a posição financeira que já se encontrava numa difícil situação desde a pandemia de covid-19 e foi agravada com o incidente num Boeing Max durante um voo da Alaska Airlines, em janeiro de 2024.
Desde então, a Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos aumentou o escrutínio da empresa que já tinha estado envolvida em dois acidentes – com o 737 MAX8 em 2018 e 2019 – que mataram 346 pessoas.
Em agosto do ano passado a NASA também decidiu que uma nave espacial da Boeing não era suficientemente segura para transportar dois astronautas da Estação Espacial Internacional para a Terra.
SCR // EA
By Impala News / Lusa
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