Unidade de queimados deve ser equacionada para Viseu
Presidente do Centro Hospitalar Tondela Viseu defende que deve ser equacionada criação de unidade de queimados para responder a situações como a do incêndio de Vila Nova da Rainha.
O presidente do Centro Hospitalar Tondela Viseu, Cílio Correia, defendeu hoje que deve ser equacionada a criação de uma unidade de queimados nesta instituição, para responder a situações como a do incêndio de Vila Nova da Rainha.
No hospital de Viseu encontram-se 13 pessoas que, no sábado à noite, ficaram feridas no incêndio ocorrido na Associação Cultural, Recreativa e Humanitária de Vila Nova da Rainha, no concelho de Tondela, mas outras tiveram de ser transferidas.
“O hospital não podia acolher tantos doentes, dado que tem um cirurgião plástico, mas não está a tempo inteiro e, portanto, colocava-nos alguns problemas de resposta”, afirmou Cílio Correia aos jornalistas.
Depois dos incêndios florestais de 15 e 16 de outubro de 2017, que fustigaram vários concelhos da região, esta é a segunda vez em três meses que o Centro Hospitalar Tondela Viseu teve de dar resposta a uma grande tragédia.
“Uma questão que temos que equacionar no futuro, no quadro do desenvolvimento do plano estratégico do hospital, é pensarmos numa unidade de queimados e para responder a este tipo de situações”, frisou o responsável.
Ainda que faça votos de que se tratem de “episódios avulsos e que não haja esta cadência”, Cílio Correia considerou que há que “refletir sobre essa matéria”.
Cílio Correia referiu que, mesmo tendo em vigor o plano de contingência da gripe, o hospital de Viseu “conseguiu montar um plano de catástrofe e responder com serenidade às necessidades”.
Segundo o responsável, dos 13 feridos que estão internados no hospital de Viseu, dois encontram-se “na unidade de decisão clínica já em situação de poderem vir a ter alta” hoje ou segunda-feira, porque “estão a respirar bem e, portanto, com boa evolução”.
“As duas situações mais preocupantes neste momento são os que estão nas unidades de cuidados intensivos, ventilados. Todos os outros têm ferimentos vários, essencialmente na cabeça e nas mãos”, explicou.
Cílio Correia disse ainda que há “um doente com uma fratura de um maléolo, na perna esquerda, que irá ser avaliada e vista ou não a necessidade de ser intervencionado”.
Os feridos são sobretudo homens, havendo uma mulher “que causa alguma preocupação, dado que as queimaduras no rosto também envolveram a parte ocular”, acrescentou.
O incêndio de sábado à noite fez pelo menos oito mortos e 38 feridos, entre graves e ligeiros, de acordo com fonte do Ministério da Saúde.
Dos 38 feridos, nove já tinham tido alta hospitalar ao final da manhã de hoje.
Treze dos feridos do incêndio estavam hoje internados no hospital de Viseu, dois deles em cuidados intensivos.
Houve ainda 16 feridos graves enviados para outras unidades hospitalares: cinco para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Porto três foram para o hospital São João, dois para o Santo António e um para a Prelada – este com “prognóstico reservado”, enquanto que para Lisboa foram encaminhados dois para o Santa Maria, dois para o São Francisco Xavier e um menor para o Dona Estefânia.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que visitaram o local, expressaram solidariedade aos familiares das vítimas.
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