Terminal de contentores do Barreiro não vai avançar
O terminal de contentores do Barreiro, no distrito de Setúbal, “não avançará”, depois de ter sido emitida uma Declaração de Impacte Ambiental desfavorável.
O terminal de contentores do Barreiro, no distrito de Setúbal, “não avançará”, depois de ter sido emitida uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) desfavorável, informou hoje o Ministério das Infraestruturas e da Habitação. “A Agência Portuguesa do Ambiente emitiu recentemente uma DIA desfavorável sobre o projeto para o novo terminal do Barreiro. O Governo respeitará essa decisão e, como tal, o terminal do Barreiro não avançará”, refere a nota da tutela.
O chumbo da DIA referente ao projeto, previsto para os terrenos industriais da Baía do Tejo, data de dezembro de 2019 e foi avançado na semana passada pelo jornal O Setubalense, que referiu o “indeferimento” para o pedido de licenciamento da obra, “por não estarem garantidos os requisitos definidos na legislação aplicável”.
LEIA DEPOIS
Coronavírus: Enfermeiros denunciam falta de kits em centros de saúde
“Entre as principais alegações da DIA está o volume total de dragados com contaminação classe 4, o segundo mais grave. O volume de dragagens foi também determinante para o desfecho deste projeto, correspondendo a entre 23 e 25 milhões de metros cúbicos de areia, cerca de 100 mil metros cúbicos por dia, 24 horas por dia, seis a sete dias por semana”, escreveu o jornal. Hoje, a TSF noticiou que “em causa estão impactos significativos nos sistemas ecológicos, em violação do Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional”.
“A avançar como está projeto, o futuro terminal do Barreiro viola, inclusive, a Diretiva Quadro da Água e a Lei da Água”, referiu. Em dezembro de 2018, a Câmara do Barreiro, presidida pelo PS, aprovou um parecer que confirmava a sua concordância com a localização do terminal multimodal, alertando, contudo, para várias “condicionantes”, sobretudo ambientais e de acessibilidades, incluindo a necessidade da terceira travessia no Tejo.
Em causa está a “concretização de uma estrutura de acostagem para navios e outra para barcaças”
para navios e outra para barcaças, um terrapleno portuário e um feixe de triagem ferroviário”, e sublinha que houve uma alteração da extensão do cais (de 1500 para 1325 metros) e um reposicionamento de cerca de 750 metros para nascente, na zona industrial, permitindo libertar as vistas sobre Lisboa na Avenida Bento Gonçalves/Passeio Augusto Cabrita.
Em novembro de 2018, o secretário de Estado do Ambiente disse que a tecnologia existente e os engenheiros portugueses seriam capazes de acautelar os riscos ambientais das dragagens no rio Tejo, necessárias para a construção do novo terminal de contentores no Barreiro.
“O estudo [de impacto ambiental] identificou aquilo que eram os riscos, aquilo que são as medidas para lidar com esses riscos e há que fiscalizar, há que acompanhar, mas hoje em dia as tecnologias disponíveis permitem-nos fazer esse trabalho sem estar com a problemática do risco”, disse então Carlos Martins.
LEIA MAIS
Coronavírus. Tudo sobre os salários dos trabalhadores em caso de isolamento
Homem morre de coronavírus em Wuhan dois dias após receber alta
Siga a Impala no Instagram