Souto Moura espera que reabilitação de biblioteca potencie zona oriental do Porto

O arquiteto Eduardo Souto Moura, responsável pelo projeto de reabilitação e ampliação da Biblioteca Pública Municipal do Porto, disse hoje esperar que a obra promova o desenvolvimento da zona oriental da cidade.

Souto Moura espera que reabilitação de biblioteca potencie zona oriental do Porto

Na sessão de apresentação do projeto, que decorreu na sala de leitura da biblioteca, Eduardo Souto Moura considerou tratar-se de “um dia icónico”.

Aos jornalistas, o arquiteto esclareceu que os novos edifícios a construir, sobretudo o voltado para a Avenida Rodrigues de Freitas, procuram “encontrar uma escala em diálogo com o existente”, nomeadamente, o palacete e a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

Já quanto à obra, Eduardo Souto Moura disse acreditar que as novas funcionalidades vão permitir diversificar não só a biblioteca, mas também o quarteirão onde se insere, nas proximidades do jardim de São Lázaro.

“Também me interessa alterar a cidade”, referiu, lembrando o dinamismo e movimento que aquela zona da cidade tinha nos tempos em que era estudante de arquitetura e a frequentava.

“A fina flor de Portugal estava aqui e hoje em dia é o contrário. São Lázaro está fechado, o jardim só tem pessoas sem-abrigo (…) e portanto, o ambiente da biblioteca não é a coisa mais agradável da cidade”, referiu.

E acrescentou: “espero que esta biblioteca promova o desenvolvimento de uma parte oriental da cidade que tem sido mais descuidada”.

Também aos jornalistas, o presidente da câmara, Rui Moreira, destacou o estado degradação da biblioteca e as carências, sobretudo ao nível de depósito de livros.

“Havia muito boas razões para fazer este investimento”, referiu, acrescentando que com o novo projeto vai ser possível triplicar a capacidade de depósito.

Rui Moreira assegurou também que, durante o encerramento do equipamento, “nenhum investigador será prejudicado” e que “ninguém será impedido de aceder ao espólio”.

“Não podíamos fazer esta obra com os livros cá dentro. Não era possível por questões de segurança, não era possível porque a obra ia demorar o dobro do tempo, seguramente, e porque quer os utilizadores quer os nossos trabalhadores não teriam o mínimo de condições”, referiu, assegurando que os trabalhadores vão ser distribuídos por diversos polos.

Na Biblioteca Pública Municipal do Porto existe cerca de um milhão de documentos, o equivalente a 27 quilómetros de livros e periódicos. Alguns destes documentos, cerca de 70 mil, vão ficar acomodados na Biblioteca Municipal Almeida Garrett durante a obra e outros ficarão em regime de custódia.

A empreitada de reabilitação inclui a “remodelação total” do edifício que desde 1842 alberga a Biblioteca Pública Municipal do Porto (BPMP).

Apesar de a biblioteca encerrar a 01 de abril, a empreitada só deverá arrancar em dezembro e terá como principal foco a “colmatação das patologias estruturais e construtivas”, e a redistribuição dos espaços com vista a uma “melhor organização do funcionamento dos serviços”.

Este projeto representa um investimento municipal de 29,25 milhões de euros, dos quais 26,5 milhões de euros dizem respeito à empreitada e os restantes ao projeto e estudos complementares.

SPC // MSP

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS