Registadas 920 ocorrências na cidade de Lisboa sobretudo queda de árvores
A cidade de Lisboa contabilizou 920 ocorrências, entre as 21:00 de quarta-feira e as 16:00 de hoje, devido à passagem da depressão Martinho, sendo que a maioria está associada a queda de árvores, com 433 situações.

Num novo balanço sobre os efeitos das condições meteorológicas adversas na capital, a Câmara de Lisboa informou que, pelas 16:00, se encontravam ativas 358 das 920 ocorrências registadas, sublinhando que as restantes 562 ocorrências estavam já fechadas.
Segundo os dados enviados à agência Lusa, a maioria das ocorrências está relacionada com queda de árvores (433), queda de estruturas (285) e queda de revestimentos (169).
A Câmara de Lisboa tem ainda registo de inundações (18), acidentes rodoviários (oito) e apoio à população (sete).
O total de 920 ocorrências na cidade de Lisboa, entre as 21:00 de quarta-feira e as 16:00 de hoje, corresponde à soma dos dados registados pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, pelo Regimento de Sapadores Bombeiros e pela Polícia Municipal.
Relativamente à distribuição destas ocorrências pelas 24 freguesias lisboetas, a maioria foi em Alvalade (75), Olivais (72), Marvila (60), Benfica (59), Penha de França (59), São Domingos de Benfica (50), Santa Maria Maior (47), Lumiar (46), Belém (44) e Arroios (40).
As restantes freguesias também registaram situações, nomeadamente a Ajuda (31), Areeiro (31), Avenidas Novas (31), Campo de Ourique (29), Campolide (27), São Vicente (27), Estrela (26), Santo António (26), Alcântara (25), Beato (25), Carnide (23), Misericórdia (20), Parque das Nações (19) e Santa Clara (18), segundo os dados disponibilizados pela autarquia.
A propósito deste balanço, a Lusa questionou a câmara sobre as ruas da cidade em que a circulação se encontra condicionada ou encerrada, assim como os problemas na circulação de alguns elétricos, aguardando ainda uma resposta.
Por força do agravamento das condições meteorológicas, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Rosário Farmhouse (PS), decidiu hoje cancelar a reunião descentralizada prevista para esta tarde, às 18:30, em Santa Clara, atendendo ao “papel determinante” que os 24 presidentes de junta de freguesia têm na resposta aos danos causados pelo mau tempo.
“É avisado dispensá-los deste compromisso não crítico cancelando a reunião, permitindo a todos os agentes de proteção civil que se concentrem na resposta aos danos causados pela tempestade”, declarou Rosário Farmhouse.
Essa decisão foi tomada após receber uma nota do Serviço Municipal de Proteção Civil a recomendar “que se evitem compromissos que não tenham caráter inadiável”, considerando o episódio meteorológico registado entre quarta-feira e hoje, cujos efeitos ainda se fazem sentir, e o facto de a cidade estar em aviso amarelo (o menos grave de uma escala de três) de precipitação, “que poderá trazer um pico de chuva e vento entre as 18:00 e as 21:00”.
Num anterior ponto de situação, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que a depressão Martinho causou na capital ferimentos em seis pessoas durante a noite e pelo menos 638 ocorrências até às 10:00 de hoje, sobretudo quedas de árvores, devido ao vento forte.
Nas operações de socorro foram registados seis feridos que não motivam preocupação, dos quais um agente da Polícia Municipal e outro da PSP, dois bombeiros e dois civis, acrescentou o autarca aos jornalistas, após uma reunião com a Proteção Civil municipal.
“[Foi] uma noite difícil para a cidade, com um vento de uma violência que não se via há muito tempo. Nós estamos a falar de ventos de 120 quilómetros por hora, as pessoas que aqui trabalham, todos estes bombeiros, toda esta Polícia Municipal e a Proteção Civil, há muitos anos que não viam isto na cidade, mas respondemos bem, respondemos com rapidez”, afirmou Carlos Moedas, no Centro de Comando Operacional Municipal da Proteção Civil, em Monsanto.
Às 10:00 estavam ainda 22 vias condicionadas ao trânsito no concelho e existiam problemas na circulação de alguns elétricos, incluindo o elétrico 15 da Carris (Praça da Figueira — Belém).
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a passagem da depressão Martinho em Portugal continental provocou um total de 5.800 ocorrências entre as 00:00 de quarta-feira e as 11:00 de hoje, sobretudo queda de árvores, mas também incêndios rurais no Alto Minho, num contexto de ventos muito fortes.
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By Impala News / Lusa
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