Refugiados são especialmente vulneráveis ao Covid-19
O alto comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, adverte que a nova onda de refugiados que chega à Europa é “débil” e vive em campos com condições sanitárias “muito frágeis”, especialmente vulneráveis à pandemia de Covid-19.
Numa entrevista telefónica com a agência noticiosa EFE, o italiano confirmou que até agora ainda não houve um surto importante do vírus em lugares com uma grande concentração de refugiados ou deslocados.
“De momento, e façamos figas, não registámos nenhum grande surto do novo coronavírus em nenhuma situação com muitos refugiados ou deslocados”, afirmou.
Depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar oficialmente uma “pandemia”, Grandi assegurou que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) já trabalha com a organização e com os ministérios da Saúde dos países de acolhimento para que estes o incluam nos seus planos preventivos e de erradicação do vírus.
Na terça-feira passada, o ACNUR pediu aos doadores 33 milhões de dólares (cerca de 29 milhões de euros), para cobrir as necessidades “imediatas”, sobretudo em países com um grande número de refugiados e deslocados.
Graças ao apoio do Japão e de outros países, já foram angariados cerca de 24 milhões de dólares.
Grandi preocupa-se especialmente com a situação das ilhas gregas, onde as fronteiras estão fechadas e nos últimos dias, alguns grupos têm atacado refugiados que tentavam entrar no país, assim como jornalistas e trabalhadores humanitários.
“A situação nas ilhas é muito má, até desde antes desta crise dos últimos dias e isso é muito preocupante”, disse.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro de 2019, na China, e já provocou mais de 4.900 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 131 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.
Milhares de migrantes convergiram para a fronteira terrestre grego-turca, junto às margens do rio Evros, quando Ancara anunciou, em 28 de fevereiro, que ia ‘abrir as portas’ a todos os requerentes de asilo que desejassem chegar à Europa.
Algumas dezenas conseguiram atravessar o rio e entrar em território grego.
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