Reforço de médicos na guerra deixa Rússia com falta de profissionais
O último relatório dos serviços secretos britânicos sobre a guerra na Ucrânia alerta para a escassez de profissionais de saúde na Rússia, devido ao aumento da necessidade de cuidados médicos na frente de guerra.
“Há indícios de que a guerra da Rússia na Ucrânia está a causar uma escassez de profissionais de saúde em toda a Rússia”, afirmou Londres, em comunicado.
Os serviços secretos sublinham ainda que, após a mobilização militar em setembro de 2022, “os profissionais de saúde foram avisados para não deixarem o país”.
No entanto, “até 2% dos médicos e profissionais de saúde russos deixaram o país para evitar a mobilização” e “cerca de 3.000 profissionais de saúde foram mobilizados para prestar apoio sanitário em combate”, referem.
O relatório baseia-se nos dados do Ministério da Saúde russo, que em novembro de 2023 alertou para a falta de cerca de 26.500 médicos e 58.200 enfermeiros.
“Há uma escassez significativa de médicos em 22 regiões e sete outras foram avaliadas como graves”, indicam os serviços secretos.
“Outra estimativa de janeiro de 2024 sugere que, nos últimos 15 meses, o número de médicos diminuiu em 7.500, segundo muitos, devido às horas de trabalho elevadas e aos baixos salários”, salientou Londres.
Um comité da Duma, o parlamento russo, alertou, num relatório sobre o orçamento de 2024, para o facto de as regiões mais pobres da Rússia terem dificuldades em cobrir os salários dos médicos.
“Os recursos e os encargos fiscais da guerra da Rússia na Ucrânia afetam negativamente vários setores civis que servem a população russa. Não há sinais de que a tendência decrescente do número de profissionais de saúde na Rússia se altere até 2024”, conclui o relatório dos serviços secretos militares britânicos.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
JH // EA
By Impala News / Lusa
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