Prescrição de exames de diagnóstico em formato eletrónico no 2.º trimestre de 2018
A prescrição de exames complementares de diagnóstico vai estar disponível em formato eletrónico, como já acontece com as receitas
A prescrição de exames complementares de diagnóstico vai estar disponível em formato eletrónico, como já acontece com as receitas, a partir do segundo trimestre deste ano, anunciou hoje o presidente da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
“Será possível sair do consultório do médico, em alguns pontos do país, com a prescrição em papel ou com o SMS que permitirá marcar os exames nos laboratórios e clínicas convencionados” que tenham aderido ao projeto Exames Sem Papel.
O projeto Exames Sem Papel, iniciativa do Ministério da Saúde a cargo da SPMS, pretende desmaterializar os processos de requisição, efetivação e faturação de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT), bem como assegurar que toda a informação relativa aos mesmos acompanha o utente em suporte digital.
Desde o ano passado que tem sido feita, de forma gradual, a disponibilização e partilha de resultados dos exames, que são enviados para o Portal do Profissional e para a Área do Cidadão do Portal Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O passo seguinte será avançar com a total desmaterialização do circuito de prescrição, prestação e pagamento de um MCDT, passando a estar disponível em formato digital.
A região Norte do país foi pioneira neste processo, que se iniciou na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM), no Centro Hospitalar do Porto e no Hospital de Santa Maria Maior, de Barcelos.
Nestas três instituições já foi disponibilizada a partilha de resultados de “mais de 100 mil” exames realizados, referiu Henrique Martins, salientando que o objetivo é “até final do ano começar a receber os resultados de toda a área convencionada”.
Ou seja, explicou o responsável, “os resultados passam a estar disponíveis a nível nacional, o que é muito importante, no caso, por exemplo, de o cidadão mudar de residência ou no caso de ter uma emergência e necessitar de recorrer ao SNS em qualquer zona do país”.
Nesta fase a adesão das unidades privadas é voluntária, mas passará a ser obrigatória após a publicação do despacho “que está a ser trabalhado com a tutela, para regular as datas de obrigatoriedade e também as datas da faturação eletrónica”.
As grandes mais-valias deste projeto são a poupança de tempo e recursos para o cidadão e para o SNS e a rapidez de diagnóstico.
“Se o médico conhece bem o doente e preferir que ele faça o exame antes da próxima consulta, pode na sequência de uma conversa telefónica, por exemplo, enviar-lhe a prescrição por ‘email’ ou SMS, como acontece com as receitas”, sublinhou.
Ou seja, acrescentou, “em vez de estarem todos à espera uns dos outros, envia-lhe a requisição para o telemóvel e ele faz o exame e já vai à consulta com o exame realizado, o que, obviamente, reduz o tempo para o diagnóstico”.
O presidente da SPMS salientou ainda a importância que o projeto poderá ter na redução da procura dos serviços de urgência.
“Uma das razões porque há muita gente a ir às urgências é exatamente porque há a ideia de que nas urgências não só há a consulta, como há também a capacidade de fazer RX, eletrocardiograma e outros exames muitos frequentes e necessários, que em cuidados primários demoram muito tempo”, disse.
Henrique Martins apelou ainda ao registo na área do cidadão do Portal do SNS porque os resultados dos exames são partilhados na área privada dos cidadãos.
“Se estiverem registados passam a receber, sempre que fazem um exame numa unidade convencionado que já tenha aderido ao projeto, um ‘email’ a avisar que o resultado está disponível ‘online'”, sustentou.
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