PR de Moçambique “Champion dos Big Five” após pôr colares em dois leões

O Presidente moçambicano recebeu hoje, na Gorongosa, o título de “Champion dos Big Five”, pela defesa e reintrodução dos cinco maiores mamíferos terrestres no país, após colocar colares de monitorização num casal de leões.

PR de Moçambique

“Já pusemos. O macho foi batizado com o nome de ‘Master of Peace’, mestre da paz, e a fêmea, já que o marido é ‘paz’, ficou ‘Madame of Peace’, senhora da paz. Em homenagem ao acordo de Cessação Definitiva das Hostilidades Militares, que foi celebrado aqui [01 de agosto de 2019, com a Renamo]. E temos de imortalizar. E vão ter crias”, disse o chefe de Estado, após colocar os colares, em pleno Parque Nacional da Gorongosa.

Desde novembro de 2018, Filipe Nyusi, agora “guardião da natureza”, já colocou seis colares de monitorização nos denominados ‘big fives’ (leão, leopardo, rinoceronte, elefante e búfalo africano), em parques e reservas protegidas do país, o que também lhe valeu o título de ‘champion’, atribuído hoje pelo Ministério da Terra e do Ambiente, durante a cerimónia do dia internacional dos Fiscal de Florestas e Fauna Bravia, no parque da Gorongosa.

“No dia em que [o casal de leões] se juntam à minha malta [dois elefantes, um rinoceronte e um búfalo, a que colocou colares]. Esses amigos gigantes são a minha inspiração, quando fico aborrecido por quer motivo ou quando quero superar uma ofensa, eu penso neles. Eles representam o meu amor pela natureza”, admitiu, na mesma intervenção.

Avançou ainda que neste momento, com o programa de colocação de colares de monitoria, o país conta com um universo de cerca de 420 animais cujos movimentos são rastreados, nomeadamente, cerca de 166 famílias de elefantes, 81 leões, 27 famílias de rinocerontes, 30 de chitas, 11 leopardos, 15 pangolins e 39 antílopes.

O objetivo, explicou Nyusi, é travar a caça ilegal destes animais e garantir a proteção.

“Também nos ajuda a saber onde é que está o animal, com a sua família. Também gerirmos o movimento, se saem fora do território onde devem ficar”, apontou.

O Parque Nacional da Gorongosa, dilacerado pela guerra moçambicana, foi um dos exemplos apontados pelo chefe de Estado do que foi possível fazer pela “restauração de ecossistemas” no país.

“Em Moçambique, nos últimos anos, os nossos esforços de conservação permitiram o aumento efetivos de fauna, com destaque para o elefante, (…) mabecos, zebras e impalas nos parques e reservas”, sublinhou.

E uma dessas estratégias passou pela introdução de 8.066 animais de várias espécies, em diferentes parques e áreas protegidas.

E a reintrodução dos ‘big five’, que já podem ser vistos no parque do Zinave, Inhambane, sul do país, admitiu ter sido o argumento para a atribuição do título de “champion”, recebido na Gorongosa: “Agora estamos a dizer ao mundo que vão ao Zinave ver, num ponto, tudo”.

Na mesma intervenção, o chefe de Estado destacou a importância dos cerca de 2.000 fiscais da floresta em Moçambique, lamentando o facto de no último ano dois desses profissionais terem sido assassinados por caçadores furtivos, ambos no Parque Nacional da Gorongosa.

“O fiscal é um herói. Mas é um herói silencioso, que garante a harmonia nas nossas áreas protegidas”, concluiu Nyusi.

 

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*** Paulo Julião (texto) e Luísa Nhantumbo (vídeo e fotos), da agência Lusa ***

PVJ // JMC

By Impala News / Lusa

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