Portugal é o 2.º país europeu com mais casos de Monkeypox
Portugal é o segundo país europeu com maior número de casos (191) de casos confirmados de infeção pelo vírus Monkeypox, logo atrás da Espanha (259), indica hoje um relatório da Organização Mundial da Saúde sobre este surto.
Os dados agora divulgados reportam-se aos casos confirmados e relatados à OMS entre 13 de maio e 08 de junho último, embora a OMS recorde que desde o início do ano, já existiam 1.536 casos suspeitos notificados em oito países da Região Africana da OMS, dos quais 59 casos foram confirmados e 72 mortes notificadas. Segundo a OMS, até 8 de junho, 1.285 casos confirmados em laboratório e um caso provável foram relatados à OMS por 28 países em quatro regiões da OMS onde a varíola não é comum ou não havia sido relatada anteriormente.
Isso representa – refere a OMS – um aumento de 505 casos confirmados em laboratório desde o anterior relatório “Disease Outbreak News” em 4 de junho de 2022, quando 780 casos foram relatados. Contudo, em 8 de junho de 2022, não houve mortes associadas relatadas nessas quatro regiões. Quanto à Europa e no período entre 13 de maio e 08 de junho, Espanha (259) e Portugal (191) aparecem na dianteira do número de casos confirmados, seguidos da Alemanha (113), França (66), Holanda (54), Itália (29) e Bélgica (24). Nas Américas, o Canadá apresenta 110 casos confirmados, seguido dos Estados Unidos (40), Argentina (1) e México (1).
O relatório indica ainda que na zona do Mediterrâneo Oriental os Emirados Arabes Unidos registam 13 casos, enquanto Marrocos tem apenas um caso confirmado. Em relação a África, o relatório abrange um período mais alargado, desde janeiro passado até 08 de junho, sendo a situação mais preocupante a da República Democrática do Congo com 10 casos confirmados, 1.356 casos suspeitos e 64 mortes, seguida da Nigéria, com 31 casos confirmados, 110 casos suspeitos e uma morte. A República Centro-Africana apresenta oito casos confirmados, 17 casos suspeitos e duas mortes, enquanto o Gana tem sido casos confirmados, 12 casos suspeitos e nenhuma morte. Os Camarões registam três casos confirmados, 28 casos suspeitos e duas mortes.
Menos de 60 casos em África
No total, os oitos países africanos que constam do quadro da OMS, contabilizam 59 casos confirmados, 1.536 casos suspeitos e 72 mortes entre janeiro e 08 de junho. Segundo a OMS, a detecção contínua do vírus e as mortes relatadas em alguns países da Região Africana destacam a necessidade de entender melhor a fonte do surto, a dinâmica de transmissão e fornecer às pessoas as informações e o apoio de que precisam para se protegerem e aos outros nos mais variados contextos.
A Organização Mundial de Saúde refere que o aparecimento “súbito e inesperado” deste vírus, popularmente conhecido como “varíola dos macados”, simultaneamente em várias regiões sem ligações diretas de viagem imediatas para áreas que afetadas há muito tempo sugere que pode ter havido transmissão não detetada por várias semanas ou mais.
Analisada a situação, a OMS avalia o risco em nível global como “moderado”, considerando que esta é a primeira vez que muitos casos e aglomerados de varíola são relatados simultaneamente em muitos países em áreas geográficas da OMS amplamente díspares. Dos casos notificados nestas regiões, a maioria (87%) dos casos confirmados são da Região Europeia da OMS (1112), mas casos confirmados também foram relatados na Região das Américas (153), Região do Mediterrâneo Oriental (14) e Região do Pacífico Ocidental (6).
Até à data, diz ainda a OMS, a apresentação clínica dos casos de varíola dos macacos associados a este surto tem sido variável. Muitos casos neste surto não apresentam o quadro clínico descrito classicamente para varíola dos macacos (febre, linfonodos inchados, seguidos de erupção cutânea concentrada na face e extremidades). As características atípicas descritas incluem: apresentação de poucas lesões ou mesmo de uma única lesão, lesões que começam na área genital ou perianal e não se espalham mais, lesões que aparecem em diferentes estágios de desenvolvimento, e o aparecimento de lesões antes do aparecimento de linfonodos inchados.
Os modos de transmissão durante o contato sexual permanecem desconhecidos, embora se saiba que o contato físico próximo pode levar à transmissão, não está claro qual o papel dos fluidos corporais sexuais, incluindo sémen e fluidos vaginais, na transmissão do vírus.
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