Pianista Maurizio Pollini morre aos 82 anos

O pianista italiano Maurizio Pollini, considerado um virtuoso de Chopin e Beethoven, morreu hoje aos 82 anos, anunciou o Teatro alla Scala de Milão.

Pianista Maurizio Pollini morre aos 82 anos

O pianista tinha cancelado uma série de concertos nos últimos anos devido a problemas de saúde.

Para a sala de ópera La Scala, Maurizio Pollini foi “um dos grandes pianistas do nosso tempo e um ponto de referência fundamental na vida artística do teatro durante mais de cinquenta anos”.

Entre 1958 e o seu último recital, em fevereiro de 2023, Pollini tocou 168 vezes naquele teatro, além de ter participado num elevado número de conferências e de ‘workshops’ com estudantes.

“Pollini foi um intérprete capaz de revolucionar a perceção de compositores como Chopin, Debussy e o próprio Beethoven, bem como de trazer para a ribalta as vanguardas, sobretudo Schönberg, e a música contemporânea”, noticiou a AFP, citando um comunicado do La Scala.

Em Portugal, Maurizio Pollini atuou no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, pelo menos, em três momentos: 2002, interpretando Chopin e Debussy, em 2007, no âmbito do “Ciclo de piano”, colocando em diálogo compositores frequentes na sua trajetória como Karlheinz Stockhausen, Robert Schumann e Ludwig van Beethoven, e em 2009.

Nascido em Milão, em 05 de janeiro de 1942, no seio de uma família de artistas, Maurizio Pollini fez uma entrada “sensacional” no mundo discreto da música clássica em março de 1960, acrescentou a sala de ópera em Milão.

Ganhou o primeiro prémio no Concurso Chopin de Varsóvia, onde, aos 18 anos, era o mais jovem inscrito. Arthur Rubinstein, presidente do júri, elogiou o músico com a seguinte frase: “Ele já toca melhor do que qualquer um de nós!”.

Após vencer o concurso, o pianista poderia ter projetado mais a carreira profissional, interrompendo-a, todavia, para ter aulas e alargar o repertório.

No final dos anos 1960, participou em concertos improvisados em fábricas, programando para estudantes e trabalhadores no La Scala de Milão, dirigidos pelo seu amigo Claudio Abbado, maestro italiano que, além de ter sido diretor musical do La Scala, foi principal regente da Orquestra Sinfónica de Londres, maestro convidado da Sinfónica de Chicago e diretor musical da ópera estatal de Viena.

Maurizio Pollini foi ainda solista da Orquestra Filarmónica de Berlim em 1970.

Nos anos 1970, 1980 e 1990 realizou uma série de gravações com a prestigiada editora Deutsche Grammophon — tendo a primeira sido “Três Movimentos de Petrushka” de Stravinsky e a “Sonata nº 7” de Prokofiev, em 1971 -, bem como concertos e digressões.

Rotulado de “pianista chopiniano” na juventude, Pollini afirmou-se na maturidade com Ludwig van Beethoven, Robert Schumann e Franz Schubert, tendo também sido aclamado pela crítica pelo seu trabalho com Johannes Brahms.

Entre outros prémios conquistados ao longo da carreira, consta o “Diapason d´or”, em 2011, com a gravação de “Variações Diabelli” de Beethoven.

CP // SSS

By Impala News / Lusa

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