Parlamento da Colômbia aprova reforma das pensões proposta pelo Governo

A câmara baixa do parlamento da Colômbia aprovou, no quarto e último debate, a reforma do sistema de pensões proposta pelo Governo do Presidente de esquerda Gustavo Petro, que tinha sido rejeitada pelo Congresso em março

Parlamento da Colômbia aprova reforma das pensões proposta pelo Governo

Bogotá, 15 jun 2024 (Lusa) — A câmara baixa do parlamento da Colômbia aprovou, no quarto e último debate, a reforma do sistema de pensões proposta pelo Governo, que tinha sido rejeitada pelo Congresso em março.

A iniciativa, uma das principais reformas sociais do Presidente de esquerda Gustavo Petro, no poder desde agosto de 2022, obteve na sexta-feira 88 votos a favor e 23 contra na Câmara dos Deputados, controlada pela oposição.

Na rede social X (antigo Twitter), Petro descreveu a aprovação da reforma como “a principal conquista social do povo trabalhador da Colômbia há muito tempo (…). Esta é a primeira grande reforma do Governo de mudança aprovada”.

Desde o início da atual legislatura, que termina a 20 de junho, o parlamento ainda não tinha aprovado mais nenhuma das reformas governamentais. A reforma das leis laborais ainda está em andamento, a da saúde foi rejeitada em março e a da educação ainda não foi a debate.

O Governo colombiano quer restringir a participação do setor privado na prestação de serviços de saúde e no pagamento de pensões, assim como expandir os benefícios para os trabalhadores.

O objetivo do projeto é manter a idade de aposentação em 57 anos para as mulheres e 62 anos para os homens, mas ampliar o sistema para que todos possam receber uma pensão, independentemente das contribuições que fizeram.

A reforma irá beneficiar dois milhões e meio de idosos que nunca contribuíram ou cujas contribuições não foram pagas pelos empregadores. “Pessoas que dedicaram a vida a trabalhar receberão um bónus de pensão decente na velhice”, sublinhou Petro.

“Milhões de trabalhadores com baixos salários: a maioria terá, se atingirem a idade e semanas de contribuições, o direito a uma pensão real. Milhões de mulheres que trabalharam no seu lar durante toda a vida terão direito a um abono de pensão na velhice”, disse o Presidente.

Parlamentares de diversos partidos criticaram na sexta-feira a forma como o projeto foi aprovado, uma vez que a Câmara dos Deputados não debateu o conteúdo, mas sim votou a mesma proposta que já tinha sido aceite pelo Senado, a câmara alta do parlamento.

Em março, após o parlamento ter rejeitado várias reformas apresentadas pelo Governo, incluindo dos sistemas de saúde e de reforma, assim como das leis laborais, Petro propôs a convocação de uma assembleia constituinte.

A proposta do Presidente foi categoricamente rejeitada por vários setores políticos que avisaram que pode colocar em perigo a democracia, nomeadamente ao abrir caminho para que Petro busque a reeleição em 2026, o que não é permitido pela atual constituição.

O antigo candidato presidencial Sergio Fajardo disse que o desejo de mudar a Constituição é “o confronto aberto como cortina de fumaça para justificar a incapacidade do seu Governo de avançar nas reformas”.

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By Impala News / Lusa

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