Moçambique/Ataques: Novas viaturas reforçam rastreio de casos de sida

O secretário do Estado na província moçambicana de Cabo Delgado, António Supeia, entregou hoje viaturas aos distritos afetados pelo terrorismo para apoiar o rastreio de casos de sida entre as populações afetadas pelo conflito.

Moçambique/Ataques: Novas viaturas reforçam rastreio de casos de sida

Trata-se de três viaturas ligeiras, que foram entregues a igual número de distritos, nomeadamente Mocímboa da Praia, Muidumbe e Quissanga, entre os mais afetados pelas incursões rebeldes que a província sofre desde 2017.

“Nesta fase, a prioridade são os distritos onde a população está a regressar, como é o caso de Mocímboa da Praia, Muidumbe e Quissanga, onde a população precisa de assistência periódica e contínua” disse António Supeia, durante a entrega das viaturas numa cerimónia simbólica em Pemba.

Os casos de sida nos três distritos afetados tendem a aumentar. Por um lado, o aumento é justificado pela movimentação das pessoas devido ao conflito e, por outro, pela falta de assistência médica em função das destruição de unidades de saúde.

O distrito de Muidumbe está com mais de 23 mil doentes, seguido de Mocímboa da Praia, com 7.411 doentes, e, por fim, Quissanga, com 1.400 doentes.

Os meios entregues foram adquiridos pelo Serviço Provincial de Saúde de Cabo Delgado, em parceria com o Governo norte-americano.

“É importante que garantam a utilização adequada e conservação dessas viaturas e que as mesmas sejam usadas exclusivamente para os fins pelos quais foram adquiridas, pois só assim estaremos a valorizar os esforços do Governo e dos nossos parceiros de cooperação”, concluiu.

Antes das ações dos terroristas, o distrito de Mocímboa da Praia, palco do primeiro ataque, tinha oito unidades sanitárias, contra os atuais quatro que garantem a assistência das populações que estão a regressar.

Em Muidumbe, estão em funcionamento três unidades sanitárias, das sete que existiam antes das incursões rebeldes.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

RYCE // VM

By Impala News / Lusa

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