INEM demorou uma hora ou mais a acionar meios em mais de mil chamadas
O INEM demorou uma hora ou mais a acionar meios de assistência em mais de mil dos cerca de 931 mil acionamentos registados entre janeiro e agosto deste ano, segundo dados hoje divulgados pelo organismo.
De acordo com um comunicado do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), “em termos globais, e para o período em análise (janeiro a agosto de 2022) o tempo médio de resposta do INEM para acionamento do primeiro meio é de três minutos”. Muito fora da média estão os acionamentos feitos numa hora ou mais, 0,125% do total de acionamentos registados entre janeiro e agosto do ano passado (931.685), o que corresponde a 1.164.
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O organismo lembra que “os meios de emergência só podem ser acionados depois de realizada a triagem clínica dos pedidos recebidos através do número europeu de emergência – 112”. O INEM salienta que as situações classificadas como “prioridade 1” (que comporta risco imediato de vida) que esperaram uma hora ou mais pelo envio de meios de emergência “foram menos de duas por dia”.
Além disso, esclarece que nos casos em que o envio de meios de emergência demorou uma hora ou mais, o número de casos considerados de “prioridade 1” inclui também as ocorrências em que a prioridade foi inicialmente classificada de nível 3 (vítima urgente que carece de intervenção dentro de uma janela temporal ligeiramente superior à anterior), mas depois alterada para 1, “após nova informação recebida, com agravamento de sintomas por exemplo, ou após avaliação da(s) vítima(s) pelas equipas no local”.
Entre estes casos, incluem-se também as “situações de acionamentos diferidos de helicópteros e outros meios para transportes inter-hospitalares de doentes críticos”, que “só é efetivado quando estão criadas as condições para que isso aconteça”.
“Todas estas situações, que se verificam com alguma regularidade na atividade diária de emergência médica, contribuem naturalmente para um aumento do tempo de resposta para acionamento do meio de emergência”, admite o INEM. Todos os anos, “o INEM e os seus parceiros no Sistema Integrado de Emergência Médica, bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa, dão resposta a mais de 1.3 milhões de pedidos de ajuda”.
Em 27 de setembro, o presidente do INEM reconheceu que em algumas situações verificaram-se “tempos para socorro mais elevados do que o instituto quer”, mas considerou que, na globalidade, a resposta do INEM está dentro dos indicadores previstos nesta matéria.
“De forma consistente, de janeiro a agosto, o INEM acionou os meios com menos de uma hora de atraso em 99% das situações”, afirmou Luís Meira, numa audição no parlamento sobre “as falhas na prestação de socorro por parte do INEM”.
Naquela ocasião, o presidente do INEM aproveitou para convidar os deputados a visitar um dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes para perceberem a “dificuldade que é gerir situações com informação que é muito difícil de recolher”.
Na mesma ocasião, Luís Meira admitiu dificuldades para contratar operacionais, devido à exigência das funções e a questões de carreira, considerando que esses constrangimentos podem ser minimizados com a integração do instituto no Serviço Nacional de Saúde.
Segundo Luis Meira, o INEM tem feito um “esforço grande” para recrutar mais recursos humanos, mas apontou o exemplo das 178 vagas abertas recentemente e que não foram preenchidas na totalidade. Luis Meira anunciou estar em fase final um novo concurso para o recrutamento de 125 técnicos, que deverão ser contratados no início de 2023 “se tudo correr como é expectável”, manifestando-se esperançado que a totalidade desses lugares possa agora ser ocupada.
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