Governo garante que não faltará investimento à Mata Nacional de Leiria

O ministro do Ambiente garantiu hoje que não faltará investimento para a recuperação da Mata Nacional de Leiria, que considerou um “tesouro nacional”, ao revelar que estão previstos mais 5,5 milhões de euros.

Governo garante que não faltará investimento à Mata Nacional de Leiria

“Não vai faltar investimento nenhum para a recuperação da Mata Nacional de Leiria. A Mata Nacional é um tesouro nacional e não faltarão recursos nenhuns para aquilo que é a sua recuperação”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro.

No dia em que se assinalam cinco anos do incêndio que consumiu 86% do Pinhal de Leiria, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) assinou em Leiria protocolos de colaboração com os municípios de Leiria, Marinha Grande e Pombal.

“Celebrámos um protocolo com três municípios para com eles trabalharmos territórios. Associamo-nos aos municípios de Leiria, Marinha Grande e Pombal naquilo que é a possibilidade de trabalharmos em parceria, delegando nestes municípios a intervenção em alguns talhões na Mata Nacional do Urso e Mata Nacional de Leiria, não só para se envolverem no processo de recuperação e da regeneração florestal deste território, mas para dar um passo adicional no envolvimento da comunidade”, afirmou o socialista, ao referir que os protocolos assinados “definem a necessidade de cooperação recíproca e de envolvimento das comunidades”.

O objetivo será “colocar em prática ações e projetos de restauro ecológico, de requalificação de espaços e de reflorestação na Mata Nacional de Leiria e na Mata Nacional do Urso”, juntamente com as comunidades.

Considerando que o incêndio “foi um evento muito traumático” na “maior mata nacional do país”, Duarte Cordeiro reforçou que “há um investimento já sinalizado de mais de 5,5 milhões euros para os próximos quatro anos”.

“Tudo aquilo que for identificado em conjunto como necessário, são meios que vamos alocar à Mata Nacional de Leiria”, assumiu, admitindo que podem vir a ser contratados mais técnicos e guardas florestais.

Duarte Cordeiro reconheceu que ao longo dos cinco anos podem ter sido cometidos erros, mas destacou o trabalho, “que muitas vezes não é valorizado”, de remoção de toda a madeira ardida, da limpeza de todo o território e a adoção de estratégias de arborização e de florestação em zonas de fraco potencial de regeneração natural.

O ministro explicou que a rearborização do pinhal de Leiria surge agora, depois de verificar quais as zonas de arborização natural que não tiveram sucesso. “Se a regeneração natural funcionar é mais forte e aquela que tem maior potencial de sucesso. Temos de permitir que a natureza, de alguma maneira, assuma o próprio território”, acrescentou.

O presidente do ICNF, Nuno Banza, destacou os “milhares de hectares em que houve intervenção” e as áreas onde “propositadamente” não intervieram para dar tempo à regeneração natural.

Segundo este responsável, após a avaliação das árvores que “nasceram do banco de sementes que existia” no solo do pinhal, as que foram plantadas e secaram e as que não regeneraram, o ICNF irá repor o que for necessário para que se volte a “ter um novo pinhal e uma nova Mata Nacional de Leiria”.

Nuno Banza lembrou que o Plano de Gestão Florestal prevê “o aproveitamento da regeneração natural, a replantação, mas prevê, sobretudo, um equilíbrio entre aquilo que são as condições de crescimento das espécies florestais e aquilo que precisamos que seja a sua capacidade de resiliência”.

“Estamos no terreno todos os dias a intervir, a tomar medidas e a acreditar que no futuro, mesmo que não sejamos nós, os vindouros vão voltar a ter uma mata nacional, diria mais resiliente”, acrescentou.

Sobre as críticas de vários especialistas que consideram que o ICNF já vai tarde para intervir nas espécies invasoras, Nuno Banza sublinhou que “não há áreas que estejam ocupadas com espécies exóticas invasoras que não vão ter intervenção”.

Segundo disse, à medida que os pinheiros forem crescendo, vão “condicionar o crescimento das espécies invasoras”.

“Não houve nenhuma decisão que tenha sido errada. Temos todas as medidas contratadas e estamos no terreno a fazer o controlo das exóticas invasoras”, insistiu.

Nuno Banza explicou ainda que parte da madeira ardida foi triturada e colocada no solo e “com isso melhorar a quantidade de matéria orgânica” no solo, “que vai permitir melhores condições ao crescimento do pinhal”.

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