Glória é o primeiro original português da Netflix
A série “Glória”, um ‘thriller’ passado durante a Guerra Fria, com realização de Tiago Guedes, é o primeiro projeto português original da Netflix, tem produção da SPi, do Grupo SP Televisão, e coprodução da RTP, anunciou hoje a plataforma.
“Glória” tem argumento original de Pedro Lopes, um dos autores da série “Auga Seca” e de várias telenovelas, e realização de Tiago Guedes, que dirigiu “A Herdade”, filme distinguido há um ano no âmbito do Festival de Veneza.
Os atores Miguel Nunes, Carolina Amaral, Victoria Guerra, Afonso Pimentel, Adriano Luz e Gonçalo Waddington estão entre os protagonistas, assim como Joana Ribeiro, Marcelo Urgeghe, Sandra Faleiro, Carloto Cotta, Maria João Pinho, Inês Castel-Branco, Rafael Morais e Leonor Silveira.
“Glória”, que decorre nos anos 60, no auge da Guerra Fria, está a ser gravada na região do Ribatejo e em Lisboa, de acordo com a informação hoje divulgada pela Netflix.
A ação concentra-se na aldeia da Glória do Ribatejo, onde se situa o centro de transmissões americano RARET, que emite propaganda Ocidental para o Bloco de Leste.
O engenheiro João Vidal, oriundo de famílias apoiantes da ditadura do Estado Novo, mas recrutado pela KGB, a polícia secreta de Moscovo, “assume missões de espionagem de alto risco que podem mudar o curso da história portuguesa e mundial”.
A aldeia transforma-se num “improvável palco da Guerra Fria”, onde Washington e Moscovo lutam pelo controlo da Europa. João Vidal, depois de ter contactado com a realidade da guerra colonial, “compreenderá que, seja qual for o lado em que estiver, o mundo (…) nunca é a preto e branco”.
O diretor executivo da Spi, José Amaral, citado pelo comunicado da Netflix, afirma que “Glória” se insere num trajeto e numa “visão estratégica de expansão internacional”, que a produtora tem vindo a percorrer.
“Enquanto produtores, este momento representa igualmente para o mercado audiovisual português o início de um novo ciclo, já que posiciona o nosso país no ‘roadmap’ das grandes produções internacionais que a Netflix tem vindo a preconizar”, prossegue José Amaral.
O produtor sublinha “o privilégio de poder contar com a participação da RTP”, “um grande parceiro neste posicionamento”.
O diretor de programas da RTP1 e RTP Internacional, José Fragoso, também citado no comunicado da Netflix, diz, por seu lado, que o “início da rodagem da série ‘Glória’ representa a chegada da ficção televisiva portuguesa a um novo patamar de qualidade e exigência”.
“Com um perfil internacional indiscutível, desenvolvida por uma equipa da SP experiente e rigorosa”, a série realizada por Tiago Guedes “será o primeiro projeto de ficção nacional a contar com a excecional capacidade de produção e distribuição internacional da Netflix”, afirma.
Fragoso sublinha o papel da RTP como “elemento decisivo” no investimento e desenvolvimento “na produção regular de séries”, em Portugal, e considera esta produção “um momento histórico para a produção audiovisual” portuguesa.
O comunicado da Netflix também cita o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, que saúda a primeira coprodução portuguesa com a plataforma e recorda o apoio dado pelo Fundo de Turismo, Cinema e Audiovisual.
Nuno Artur diz esperar que este seja o primeiro de “muitos outros projetos que venham dar visibilidade à criatividade de argumentistas, realizadores e produtores portugueses, e imprimir ao cinema e audiovisual do país um novo dinamismo.”
A SPi foi fundada em 2007, no âmbito do grupo SP Televisão, vocacionada para o desenvolvimento e a produção de projetos internacionais.
A Netflix, serviço mundial de ‘streaming’, está presente em mais de 190 países e soma 193 milhões de adesões pagas, conclui o comunicado da plataforma.
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