Falhas nos equipamentos e na net das escolas durante provas-ensaio
A Fenprof alertou hoje para as dificuldades sentidas em muitas escolas durante as provas-ensaio do ensino básico, com relatos de computadores e auscultadores avariados, falhas de internet ou potência elétrica demasiado baixa para manter vários equipamentos ligados em simultâneo.
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O ensaio das provas-ensaio de Monitorização da Aprendizagem (ModA) “está longe de ser um sucesso”, denunciou a Fenprof num comunicado divulgado hoje, terceiro dia de realização das provas de Português para os alunos do 4.º, 6.º e 9.º anos. A federação ouviu relatos “de muitas escolas” que revelam “um cenário com dificuldades técnicas e operacionais que comprometem a fiabilidade do processo”. Alunos obrigados a mudar de sala porque os computadores não funcionam ou estão bloqueados, auscultadores avariados ou com o volume de som muito baixo, “impedindo a audição adequada dos áudios e sem possibilidade de repetição” são alguns dos exemplos dados pela Fenprof.
Em algumas salas de aula foi preciso desligar o ar condicionado para que os computadores pudessem funcionar, porque a rede elétrica não suporta o uso simultâneo desses equipamentos, acrescentou a federação, que denunciou também salas sem ‘routers’, “cuja instalação deveria estar a ser feita de forma gradual, mas que está longe de terminada”. Neste momento, ainda há muitos alunos que não receberam os computadores do Kit Escola Digital: Nuns casos “não lhes foram atribuídos”, noutros “os pais recusaram recebê-los por não estarem disponíveis para assumir os riscos da cedência desse equipamento”.
Existem ainda equipamentos que já perderam a garantia e, quando avariam, ficam amontoados pelas escolas, “transformando-se literalmente em lixo tecnológico”: “As escolas têm um parque informático com dezenas de computadores e outros equipamentos avariados e não têm pessoal para a sua manutenção”. A solução passa muitas vezes por pedir ajuda a professores e funcionários, que fazem as vezes de técnicos informáticos, ficando ainda mais sobrecarregados de trabalho. Este foi um dos motivos que levou a Fenprof a lançar um pré-aviso de greve, que na começou segunda-feira a termina apenas no final do mês, com o fim das provas.
Os pré-avisos dirigem-se aos professores e abrangem todas as atividades associadas às provas-ensaio, incluindo secretariado de exames, vigilância e classificação. Na terça-feira, o ministro da Educação, Ciência e Inovação disse que as provas estavam a decorrer com “normalidade e “grande empenho” de professores e direções escolares, mostrando-se convicto de que as greves “não afetaram a realização das provas”. Também a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) fez um balanço positivo do primeiro dia de provas, afirmando que as greves promovidas pela Fenprof e pelo STOP tinham tido “pouco impacto”.
Até ao final do mês, os alunos do 4.º, 6.º fazem testes ensaio para as provas ModA, enquanto os alunos do 9.º ano realizam as provas finais de ciclo a Português e Matemática, cabendo às escolas escolher os dias a que se realizam. Nesta primeira semana, serão testados os conhecimentos a Português, seguindo-se os de Inglês (4.º ano) e de História e Geografia (6.º ano) e, na última semana de fevereiro, será a vez das provas de Matemática. Apesar de não servirem para avaliação externa, as escolas poderão usar os resultados das provas-ensaio do 4.º e 6.º anos na nota final dos alunos.
No ano passado, o Governo decidiu suspender as provas digitais do 9.º ano por considerar que não estavam reunidas as condições de equidade, mas este ano os alunos já irão realizar as provas finais em formato digital. Em novembro, o ministério libertou uma verba de cerca de 10 milhões de euros para que as escolas fizessem a manutenção e adquirissem novos computadores e foram contratualizados aparelhos de ‘hotspot’ (‘routers’ portáteis) para todos os alunos que realizam as provas digitais e para cada sala de aula.
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