Criador da série “Andor” inspirou-se em rebeliões históricas para escrever nova temporada

O criador da série Star Wars “Andor” inspirou-se em rebeliões históricas para escrever a génese da aliança rebelde na segunda temporada, que se estreia a 23 de abril no serviço Disney+ Portugal e vai ter 12 episódios. 

Criador da série

“Em diferentes momentos da minha vida, passei seis meses a ler sobre a revolução russa, a revolução francesa, a revolução haitiana”, disse Tony Gilroy, em resposta à Lusa, durante uma mesa redonda sobre a nova temporada.

“Quando começámos a fazer esta série complementei essa coleção e percebi que isto é uma história constante”, explicou. “Seis mil anos de história humana não são mais que rebelião e insurreição. E os momentos de paz e prosperidade são poucos e apartados no tempo”. 

Essa consciencialização, que permitiu ir buscar muitas analogias reais para compor “Andor”, foi “deprimente e entusiasmante” ao mesmo tempo, indicou Gilroy. 

Situada no tempo cinco anos antes da Batalha de Yavin — o momento em que a Estrela da Morte é destruída por Luke Skywalker no filme “Uma Nova Esperança” — a segunda temporada da série está dividida de uma forma inovadora: cada três episódios representam um ano. A ação é imediatamente seguida dos acontecimentos do filme “Rogue One”. 

“Foi uma forma entusiasmante de contar a história”, afirmou Tony Gilroy, explicando que essa escolha que no início parecia radical permitiu organizar melhor tudo o que pretendia incluir na temporada. 

O ponto focal é o Massacre de Ghorman, que no cânone de Star Wars se torna um momento crucial para a formação da Aliança Rebelde contra o Império Galáctico. 

“Esse é o momento incitante que leva Mon Mothma a fazer um grande discurso e a deixar o Senado”, lembrou Gilroy, referindo-se à personagem interpretada por Genevieve O’Reilly, que foi uma das fundadoras da Aliança Rebelde. 

Igualmente importante é a figura algo misteriosa de Luthen Rael, encarnado pelo ator Stellan Skarsgård, que lidera uma rede rebelde a partir da sua galeria de antiguidades. 

“Ele tem um objetivo que é a revolução, é isso que o move”, indicou o ator na mesa redonda. “Mas ele também tem uma espécie de dívida para com a Kleya”, continuou, mencionando a personagem interpretada por Elizabeth Dulau e que tem causado muita especulação entre os fãs de Star Wars. 

Essa lealdade para com Kleya Marki e os seus próprios pensamentos sobre o que é certo e errado são o que o torna um revolucionário, acrescentou o ator. Independentemente de como venha a ser encarado. 

“É quase impossível julgar o que é ir longe demais, porque todas as revoluções têm sacrifícios”, considerou Skarsgård. “Ele tem esta ideia de como realizar esta revolução. Morrerá? Vai sacrificar qualquer pessoa, incluindo ele mesmo, para atingir o objetivo”. 

Esse foco unívoco leva a alguma confrontação com o protagonista Cassian Andor (Diego Luna), que no início da história não tinha ideias rebeldes e se torna um revolucionário reticente. 

“O que gosto aqui é que nada é fácil para ninguém. E não há um bem ou mal claros, é complicado”, analisou Skarsgård. “Complicar é o nosso dever, ao invés de simplificar a realidade”. 

“Andor” é considerada pela crítica uma das melhores séries de todo o universo Star Wars e a mais autêntica em relação à trilogia original.

A segunda e última temporada será lançada em blocos de três episódios por semana a partir de 23 de abril, terminando a 14 de maio.

 

ARYG // MAG

By Impala News / Lusa

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