Covid-19: México compra mais 22 milhões de doses das vacinas chinesas Sinovac e Sinopharm
O México comprou mais 22 milhões de vacinas contra a covid-19 às farmacêuticas chinesas Sinovac e Sinopharm, com a encomenda total do país a ultrapassar as 256 milhões de doses negociadas, divulgou hoje o chefe da diplomacia mexicana.
O México comprou mais 22 milhões de vacinas contra a covid-19 às farmacêuticas chinesas Sinovac e Sinopharm, com a encomenda total do país a ultrapassar as 256 milhões de doses negociadas, divulgou hoje o chefe da diplomacia mexicana.
O novo acordo com Pequim implica duplicar a quantidade negociada com o laboratório chinês Sinovac para 10 milhões de doses e a aquisição, pela primeira vez, de 12 milhões de vacinas da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm, que ainda não teve a “luz verde” da Comissão Federal de Proteção contra Riscos Sanitários (Cofepris), segundo explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano, Marcelo Ebrard.
“Como resultado de uma gestão liderada pessoalmente pelo Presidente (Andrés Manuel López Obrador), já recebemos a confirmação de que teremos um aumento de até 22 milhões de doses entre a data atual e o mês de julho”, indicou o representante.
O México foi um dos primeiros países a nível mundial a iniciar a vacinação contra a doença covid-19, em 24 de dezembro, com a vacina desenvolvida pelo grupo farmacêutico norte-americano Pfizer em parceria com a empresa alemã de biotecnologia BioNTech, mas, até à data, só aplicou 2,84 milhões de doses dos diferentes fármacos atualmente disponíveis no país.
Perante o atraso nas entregas das vacinas, López Obrador decidiu ampliar as negociações e as aquisições a países como a China e a Rússia.
Com uma população estimada em cerca de 128,9 milhões de habitantes, e além das vacinas Sinovac e Sinopharm, o México encomendou igualmente 34,4 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech, 79,4 milhões do fármaco do laboratório anglo-sueco AstraZeneca/Oxford, 35 milhões de doses da também chinesa CanSino e 24 milhões da vacina russa Sputnik V.
O país também irá receber 51,4 milhões de doses através da plataforma internacional COVAX, iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa assegurar o acesso global e equitativo às vacinas, em particular nos países mais pobres.
“Daqui, enviamos a nossa gratidão e uma saudação muito calorosa ao embaixador [chinês] Zhu Qingqiao, que se encarregou de dar seguimento ao diálogo que teve com o Presidente (López Obrador) quando este se encontrava em convalescença da doença covid-19”, acrescentou Ebrard.
A forma como a China tem vindo a utilizar as suas vacinas como um instrumento de política externa, já intitulada como a “diplomacia de vacinas”, tem vindo a ser mencionada frequentemente nos últimos meses.
A vacinação é a principal aposta de López Obrador para combater a pandemia do novo coronavírus no México, o terceiro país no mundo com mais mortes associadas à covid-19, com mais de 190.000 óbitos, e com cerca de 2,13 milhões de infeções confirmadas.
“Esta é uma grande notícia, porque vai permitir ao país expandir o ritmo da vacinação, com a qual o Presidente está muito preocupado”, disse Ebrard ainda sobre a aquisição das vacinas chinesas.
As vacinas Sinovac e Sinopharm indicam ter uma eficácia de 79% contra o novo coronavírus, mas apontam para uma eficácia de 100% na prevenção de mortes e de hospitalizações.
O fármaco desenvolvido pela farmacêutica estatal chinesa Sinopharm já foi autorizado em 15 países, incluindo Argentina, China, Emirados Árabes Unidos, Hungria e Peru, segundo enumerou Marcelo Ebrard.
Entretanto, o México irá receber hoje mais cerca de 600.600 doses da vacina Pfizer/BioNTech, estando previsto um outro carregamento de 667.875 doses para a próxima terça-feira.
Na quinta-feira, são aguardadas no país outras três milhões de doses em granel da vacina chinesa CanSino, que serão posteriormente embaladas numa fábrica em Queretaro, na zona centro do país.
A pandemia da doença covid-19 provocou pelo menos 2.593.872 mortos no mundo, resultantes de mais de 116,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado em dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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