Cirurgia inovadora para o tratamento de malformações uterinas e vaginais
O Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN) realizou uma cirurgia “inovadora” e minimamente invasiva no tratamento de malformações uterinas e vaginais que, através da criação de uma “neovagina”, permite às mulheres terem uma vida sexual futura.
O Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN) realizou uma cirurgia “inovadora” e minimamente invasiva no tratamento de malformações uterinas e vaginais que, através da criação de uma “neovagina”, permite às mulheres terem uma vida sexual futura. O objetivo desta nova intervenção é oferecer a “melhor resposta” e “tratar da melhor forma possível” um quadro clínico que afeta a qualidade de vida e autoestima de uma em cada 4.500 jovens mulheres que sofrem de síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH).
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Cirurgia minimamente invasiva
Esta malformação congénita do aparelho reprodutor é caracterizada pela ausência da vagina ou encurtamento do canal vaginal e surge, normalmente, associada à ausência de menstruação, ausência de útero e dores pélvicas, por vezes, apenas detetadas em exames ginecológicos. “Na maior parte dos casos, o diagnóstico é feito numa fase um pouco mais tardia da vida da mulher”, afirmou à Lusa Hélder Ferreira, o coordenador da unidade de cirurgia minimamente invasiva do CMIN. Segundo o cirurgião, esta nova técnica cirúrgica “inovadora”, que dura cerca de uma hora em operatório, recorre a uma abordagem minimamente invasiva, intitulada de mini laparoscópica, para a criação de uma “neovagina” que permitirá que estas jovens passem a ter vida sexual.
Procedimento recomendado a partir dos 18 anos
“Tão importante quanto o procedimento cirúrgico em si, é depois o seguimento destas doentes, por isso é que está recomendado que sejam tratadas a partir dos 18 e 19 anos, quando têm uma maturidade não só física, mas também psicossexual”, explicou. O CMIN desenvolveu, por isso, uma equipa multidisciplinar para apoiar as doentes num programa de pós-operatório, onde estas são novamente submetidas a pequenas intervenções não invasivas e de orientação do início da sua vida sexual.
Matilde Rodrigues, de 18 anos e natural do Porto, foi uma das três jovens submetida a esta cirurgia inovadora e, em declarações à Lusa, admitiu estar a recuperar “muito bem” apesar da “complexidade da cirurgia”, nomeadamente no que diz respeito ao pós-operatório. “Disseram-me que tinha uma má formação e que a única solução era fazer uma cirurgia para ver se conseguia fazer uma reconstrução”, explicou a jovem. Optou por esperar. A jovem admitiu ainda que a cirurgia a fez sentir “mais segura”, mas também confiante para servir de voz das muitas jovens e mulheres que sofrem do mesmo quadro clínico.
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