Billy Woodberry é o cineasta convidado em junho da Cinemateca Portuguesa
O realizador e professor norte-americano Billy Woodberry é o convidado de junho da Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, onde apresentará o cinema dele em contexto, com “uma constelação de filmes” escolhidos por afinidades, revelou aquele organismo.

“O seu cinema tem uma vibração de franca intensidade, distinguindo-se, nos últimos trabalhos, por uma rara capacidade de articulação de materiais, trabalho com os arquivos, fluidez, rigor de montagem, em linha com o ritmo musical dos primeiros filmes”, descreve a Cinemateca no programa que é dedicado a Billy Woodberry.
Há uma década que a Cinemateca Portuguesa convida, regularmente, um realizador a mostrar o seu cinema e a escolher filmes de outros autores, para uma programação em diálogo e com vários convidados. Em junho, é a vez de Billy Woodberry, que apresentará seis filmes feitos nos Estados Unidos e em Portugal, onde vive desde 2018.
Billy Woodberry (1950) é “um fundador do movimento coletivo, intergeracional, de cineastas afro-americanos conhecido como L.A. Rebellion”, formado na Universidade da Califórnia nos anos 1970 e 1980, e cujos filmes “representaram vidas e comunidades afro-americanas, procurando a construção de um novo cinema negro e, de forma lata, revitalizando o cinema independente americano”.
Woodberry estará presente em várias sessões, a começar pela abertura, a 03 de junho, com a exibição de “A story from Africa” (2019), curta-metragem com “raras imagens fotográficas de arquivo e sons que interpelam a narrativa da ocupação do território Cuamato, no sul de Angola, em 1907, pelo exército português, a partir do diário visual do militar e fotógrafo Velloso de Castro”.
Na mesma sessão, com música ao vivo pelo pianista Filipe Raposo, passa o filme mudo “Voyage en Angola” (1929), de Marcel Borle, restaurado pelas cinematecas portuguesa, e suíça e que relata uma expedição privada feita durante uma missão científica em Angola há quase 100 anos.
De Billy Woodberry, a Cinemateca Portuguesa vai mostrar, entre outros, “Bless their little hearts” (1984), primeira longa-metragem do cineasta, feita no contexto do movimento “L.A. Rebellion”, “And when I die, I won’t stay dead” (2015), sobre o poeta e ativista norte-americano Bob Kaufman (1925-1986), que foi perseguido por questões raciais e políticas.
“Mário” (2024), o filme sobre o ativista Mário Pinto de Andrade (1928-1990), um dos fundadores do Movimento Popular de Libertação de Angola — MPLA, com imagens de arquivo, fotografias, entrevistas de época e da atualidade, também vai passar na Cinemateca.
Entre as escolhas de Billy Woodberry, neste convite da Cinemateca Portuguesa, estão “As vinhas da ira” (1940), de John Ford, “Cabra marcada para morrer” (1984), do realizador brasileiro Eduardo Coutinho, e “Tempos Modernos” (1936), de Charles Chaplin.
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By Impala News / Lusa
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