Ator francês Niels Arestrup morre aos 75 anos
O ator francês Niels Arestrup morreu hoje, aos 75 anos, na sua casa em Ville-d’Avray, perto de Paris, anunciou à imprensa a sua mulher.
“Estou profundamente triste por anunciar a morte do meu marido, o grande ator Niels Arestrup, após uma corajosa batalha contra a doença. Faleceu rodeado pelo amor da sua família”, escreveu a Isabelle Le Nouvel , num comunicado de imprensa.
Figura incontornável nos filmes de Jacques Audiard, como “De tanto bater o meu coração parou” (2005) e “Um profeta” (2009), com os quais venceu dois prémios César, o mais prestigiado prémio do cinema francês, para melhor ator secundário.
Niels Arestup foi também um dos principais atores da série televisiva “Baron noir” (2016), uma criação original do Canal + , cuja ação se centrava na história de um futuro presidente francês e de um dos seus amigos, o presidente de câmara de uma pequena cidade no norte da França, segundo a base de dados de cinema imdb.
Em 2014, o ator franco-dinamarquês conquistou o terceiro César para melhor ator secundário, com “Palácio das Necessidades”, uma comédia política do realizador francês Bertrand Tavernier, baseada numa banda desenhada de Christophe Blain e Abel Lanzac, pseudónimo do diplomata Antonin Baudry.
A série inspirava-se na experiência do antigo diplomata como escritor de discursos para o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Dominique Villepin, segundo consta na base de dados sobre cinema imdb.
Niels Arestrup foi ainda nomeado três vezes para o prémio César de melhor ator secundário pelos filmes “Em busca de uma nova vida” (2011), “Diplomacia” (2015) e “Até nos vermos lá em cima” (2018).
“Os escafandro e a borboleta” (2007), “Cavalo de guerra” (2011) e “Diplomacia” (2014) foram outros dos filmes interpretados por Niels Laresdrup.
No teatro, venceu o prémio Globos de Cristal 2017 para melhor ator pelo desempenho na peça “Atuação” e, em 2020, venceu o Prémio Molière, considerado um dos mais prestigiados prémios de teatro em França, pela interpretação em “Red”. Em 2000 já fora nomeado para a mesma categoria do prémio Moliére, com “Copenhaga”, em 2006 com “Cartas a um jovem poeta” e, em 2012, com “Diplomacia”.
Niels Arestrup nasceu em 08 de fevereiro de 1949, em Montreuil, França, filho de pai dinamarquês que tentou emigrar para os Estados Unidos, mas que ficou em França para casar.
O ator cresceu num ambiente muito modesto nos anos 1950, nos arredores de Paris, pois o pai era operário na região de Bagnolet.
“Como se pode imaginar, sendo filho de um operário de Bagnolet nos anos 1950, o espetáculo, o teatro e o cinema não me passavam pela cabeça”, declarou o ator ao jornal Le Figaro em 2021.
Desenvolveu, todavia, a paixão pelo teatro através de aulas com a atriz francesa Tania Balachova, tendo-se mantido fiel aos palcos durante quase meio século, rejeitando a celebridade.
“Quando comecei a trabalhar no ramo, os diretores de teatro escolhiam uma peça e depois pensavam no elenco. Agora é ao contrário: procuram uma estrela e só depois a peça que a pode acompanhar”, lamentou Niels Arestrup ao Le Monde em 2019.
CP // JPS
By Impala News / Lusa
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