Aquecimento global pior e mais rápido do que se temia. Temperatura subirá 1,5 graus até 2030
O aquecimento global é pior e mais rápido do que se temia. Por volta de 2030, dez anos antes do previsto, poderá alcançar o limite de +1,5 ºC, com riscos de desastres “sem precedentes” para a humanidade, já afetada por ondas de calor e inundações.
O aquecimento global é pior e mais rápido do que se temia. Por volta de 2030, dez anos antes do que se estimava, poderá alcançar o limite de +1,5 ºC, com riscos de desastres “sem precedentes” para a humanidade, já sacudida por ondas de calor e inundações. “Um alerta vermelho para a humanidade.” São palavras do secretário-geral das Nações Unidas sobre o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Este estudo aprovado por 195 países afirma que o aquecimento global está a acelerar com consequências sem precedentes.
No novo relatório, divulgado hoje e que saiu com um atraso de meses devido à pandemia, o IPCC considera cinco cenários, dependendo do nível de emissões que se alcance. Manter a atual situação, em que a temperatura global é, em média, 1,1 graus mais alta que no período pré-industrial (1850-1900), não seria suficiente: os cientistas preveem que, dessa forma, se alcançaria um aumento de 1,5 graus em 2040, de 2 graus em 2060 e de 2,7 em 2100. Este aumento, que acarretaria também mais acontecimentos climáticos extremos, como secas, inundações e ondas de calor, está longe do objetivo de reduzir para menos de 2 graus, fixado no Acordo de Paris, tratado no âmbito das Nações, que fixa a redução de emissão de gases estufa a partir de 2020, impondo como limite de subida os 1,5 graus centígrados.
Ondas de calor extremo podem multiplicar-se até 9,4 vezes por década
No cenário mais pessimista, no qual as emissões de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa duplicariam em meados do século, o aumento poderia alcançar níveis catastróficos, em torno dos 4 graus em 2100. Cada grau de aumento faz antever cerca de sete por cento mais de precipitação em todo o mundo, o que pode originar um aumento de tempestades, inundações e outros desastres naturais, avisa o IPCC.
As ondas de calor extremo, que na época pré-industrial aconteciam aproximadamente uma vez por década e atualmente ocorrem 2,3 vezes, podem multiplicar-se até 9,4 vezes por década (quase uma por ano) no cenário com mais 4 graus de temperatura. Por outro lado, na melhor hipótese considerada pelos peritos, em que se atinge a neutralidade carbónica (emissões zero) em metade do século, o aumento de temperatura seria de 1,5 graus en 2040, 1,6 graus em 2060 e baixaria para 1,4 graus no final do século.
O estudo da principal organização que estuda as alterações climáticas, elaborado por 234 autores de 66 países, foi o primeiro a ser revisto e aprovado por videoconferência. Os peritos reconhecem que a redução de emissões não terá efeitos visíveis na temperatura global até que passem umas duas décadas, ainda que os benefícios para a contaminação atmosférica se começassem a notar em poucos anos.
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