Angola alerta G20 para perigo de soluções extremistas ao limitar produção petrolífera

O Presidente angolano defendeu uma abordagem equilibrada na adoção de leis que limitam a produção de petróleo, “para não se cair em soluções extremas” e criar dificuldades para os países carenciados, “agravando a situação de pobreza das populações”.

Angola alerta G20 para perigo de soluções extremistas ao limitar produção petrolífera

João Lourenço, que discursava no segundo dia de trabalhos da cimeira do G20, que decorre na cidade brasileira do Rio de Janeiro, frisou que a “adoção de leis com efeito supranacional que limitam a indústria extrativa”, destacando a produção de petróleo, “merecem uma abordagem equilibrada e realista para não se cair em soluções extremas, que acabariam por criar dificuldades de toda a índole, afetando os esforços de desenvolvimento dos países mais carenciados, podendo agravar a situação de pobreza das populações”.

O chefe de Estado angolano sublinhou que este país africano lusófono está a empreender um grande esforço para observar, com rigor, nos seus programas de desenvolvimento, “as mais importantes decisões e recomendações sobre a preservação ambiental”, apesar de faltar “recursos financeiros, meios tecnológicos e recursos humanos suficientes e convenientemente preparados para lidar com este problema”.

Segundo João Lourenço, Angola e África de maneira geral têm “vontade política firme” para conseguir alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas.

“Pretendemos continuar a sensibilizar os nossos parceiros internacionais com reconhecida robustez financeira, tecnológica e científica, para se engajarem mais na luta contra as alterações climáticas, fazendo subvenções adicionais distintas da ajuda pública ao desenvolvimento, não devendo prejudicar a assistência a outras necessidades ligadas ao crescimento económico e ao progresso”, frisou.

O Presidente de Angola realçou que países em processo de desenvolvimento “necessitam de um apoio adequado, consistente e atempado, através da disponibilização de recursos financeiros e de tecnologias que lhes permitam fazer face à desertificação, à degradação dos solos, à seca e a outros fenómenos críticos que afetam a implementação bem-sucedida de programas de adaptação e mitigação dos efeitos decorrentes das alterações climáticas”.

Para João Lourenço, os esforços para se garantir um desenvolvimento sustentável não devem estar limitados à questão do ambiente e desassociados de outros fatores, como o da dívida externa, “por vezes incomportável”, o que fragiliza a capacidade de intervenção dos países, apelando aos países e instituições credoras para que olhem para esta matéria “com um profundo sentido de solidariedade e de justiça”.

“Mesmo com as condicionantes a que fiz alusão, Angola não cruzou os braços e tem vindo a levar muito a sério o seu programa de ação climática, de modo a contribuir de forma efetiva para a redução dos efeitos adversos da poluição ambiental”, vincou João Lourenço, salientando que o país está “a trabalhar aturadamente para modificar a sua matriz de produção de energia elétrica, evoluindo para fontes limpas”.

NME // MLL

By Impala News / Lusa

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