Inteligência Artificial pode identificar cancro de mama com precisão e velocidade

Médica Lorena Balestra explica como a tecnologia pode auxiliar mamografias.

Inteligência Artificial pode identificar cancro de mama com precisão e velocidade

Ultimamente já deve ter-se deparado com alguma notícia que envolve a inteligência artificial em polémicas. Pode criar imagens falsas, áudios distorcidos e vídeos editados. Mas desta vez uma pesquisa mostrou algo diferente. A IA pode dar um passo significativo na saúde, especialmente no rastreamento do cancro de mama. Um estudo procurou investigar o potencial da tecnologia para analisar imagens de mamografias, e o resultado mostrou uma precisão surpreendente.

A pesquisa envolveu mais de 80 mil mulheres que realizaram mamografias entre 2021 e 2022, e teve como objetivo descobrir se há risco em os radiologistas usarem essa tecnologia para orientar melhor as suas análises. A médica Lorena Balestra explica que o uso da IA não prejudicou o processo. Muito pelo contrário, detetou 20% mais evidências em comparação com a leitura da mamografia por dois radiologistas.

Aliado poderoso

“A taxa de falsos positivos ainda foi semelhante. Esses resultados podem indicar o potencial em reduzir o número de radiologistas dedicados ao rastreio do cancro de mama. Mas claro, será necessário confirmar esses resultados em outras pesquisas. Para isso, os cientistas irão analisar por dois anos, quantas mulheres em cada grupo receberam um diagnóstico de cancro, mesmo o tumor não tendo sido detetado no rastreio inicial”, acrescenta a profissional.

Mas as vantagens apresentadas no estudo não param por aí. Os radiologistas, com o apoio da IA, tiveram uma carga de trabalho reduzida em surpreendentes 44%, devido à análise menos intensiva das imagens. Balestra destaca que isso não seria apenas uma vitória para a medicina, mas também um alívio para os radiologistas, que frequentemente lidam com cargas de trabalho esmagadoras. Embora a supervisão médica ainda seja necessária para a detecção final, a IA poderia eliminar a necessidade da leitura dupla de mamografias.

Com essa abordagem, o tempo de espera dos pacientes poderia ser significativamente reduzido, proporcionando um ponto de partida mais rápido para diagnósticos e tratamentos contra o cancro de mama. “A inteligência artificial claramente não substituirá os médicos, mas se esses indícios forem comprovados, ela com certeza pode ser uma aliada poderosa na luta contra o cancro e na procura por diagnósticos mais ágeis e precisos”, finaliza Lorena.

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