Festival Fyre | Modelos são intimadas para depor no caso

«A melhor comida, estadia e música», prometiam. Tudo por 500 euros e durava um fim de semana. Foi, no entanto, o melhor festival que nunca aconteceu.

Festival Fyre | Modelos são intimadas para depor no caso

Tinham dinheiro, modelos, influencers, e uma vasta equipa a trabalhar. Em 2017, o rapper Ja Rule e o empresário Billy McFarland anunciaram o Fyre Festival, uma experiência de elite numa ilha das Bahamas.

«A melhor comida, estadia e música», prometiam. Tudo por 500 euros e durava um fim de semana. Foi, no entanto, o melhor festival que nunca aconteceu.

Para publicitar o evento, a dupla convidou um grupo de modelos internacionais entre elas Kendall Jenner, Bella Hadid, Alessandra Ambrósio, Hailey Baldwin, Laís Ribeiro, Emily Ratajkowski e Elsa Hosk. Durante dias filmaram-nas nas Bahamas entre cenários paradisíacos e corpos de sonho.

48 horas após a abertura de bilheteiras, já tinham vendido todas as entradas. Prometiam cabanas de luxo à beira mar, uma cartaz recheado de artistas, comida de chef e mil atividades paralelas. Mas nada disto aconteceu e o festival tornou-se um fiasco.

O Fyre foi um pesadelo para quem o (tentou) organizar e pior ainda para quem pagou bilhete e deu de caras com sandes mal amanhadas e tendas de campanha inundadas.

Dois anos depois, está tudo em tribunal e as modelos que fizeram parte do vídeo publicitário foram chamadas a depor.

O que muito prometia começa a correr mal quando, impedidos de divulgar que a ilha onde o festival ia decorrer tinha pertencido a Palbo Escobar, os organizadores usam a informação para o promover. São expulsos da ilha (que ainda não tinham comprado), e ficam sem lugar para fazer a festa. Tiveram, então, que procurar uma nova ilha. Uma missão difícil e morosa.

Quando os festivaleiros chegaram à ilha prometida – mesmo depois de estarem semanas sem obterem respostas por parte da organização – o cenário era desolador. As tendas de luxo eram, afinal, tendas de acampamento, tinham lá dentro colchões encharcados e mobília que poderia muito bem ser do IKEA.

A comida que era supostamente confeccionada por um chef, mostrou-se ser uma sandes de queijo armazenada em esferovite. Todos os concertos foram cancelados e nem a água era suficiente.

Os voos comercias estavam sobre lotados e mesmo perante o cenário que tinham pela frente, quem pagou bilhete foi obrigado a passar ali a noite.

As reacções nas redes sociais – o mesmo meio que deu visibilidade ao festival – não tardaram a tornar-se virais e a justiça americana entrou em acção.  Os organizadores do festival foram acusados de fraude e McFarland foi mesmo preso.

No entanto, as atuações da polícia não devolveram o dinheiro a quem pagou pelos bilhetes, bem como a fornecedores ou pessoas que trabalharam para montar o festival.

O caso voltou às luzes da ribalta depois de a plataforma Netflix ter lançado uma documentário sobre o festival. A história é contada pela equipa, participantes do festival, habitantes da ilha e mostra até imagens de Ja Rule e McFarland.

No início deste mês, um juiz determinou que todos os envolvidos na divulgação do projeto terão de prestar depoimentos. As modelos têm agora que divulgar o valor que receberam por participarem no vídeo.

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