Zé Manel Desiludido com a sociedade: “O egoísmo invadiu-nos e disseminou-se”
Zé Manel acha que a sociedade perdeu o lado humano. Confessa que não se lembra de “ter saudades de alguém” e diz que “já não há amores de uma vida porque poucos crêem na tolerância necessária ao mau hálito matinal de alguém”.
Zé Manel recorreu às redes sociais para publicar um longo texto sobre a si e sobre a vida no geral. “Ultimamente tenho sentido particularmente o meu distanciamento do meu semelhante e tenho-me culpado por viver refém desta apurada capacidade de observação. O egoísmo invadiu-nos e disseminou-se, sorrateiro, a um ponto que dificilmente nos poderemos reconhecer como humanidade”, começou por analisar, assumindo algumas falhas em si próprio.
O cantor português continua o seu texto, dando alguns exemplos de “distânciamento” vivídos na sociedade atual: “São Mães que se esquecem dos filhos por uma noite num hotel. São filhos que vendem a vida dos pais em troco de uma casa maior. São irmãos que renegam o sangue pela aparência de uma vida que não podem pagar. São amigos que apunhalam uma história por uma promoção no emprego. São senhorios que despejam famílias por umas férias em Cuba. São meios que não respondem quando ainda há pouco te ligaram de véspera porque precisavam de ti. São relações públicas que te massacram por uma fotografia mas nem tiram dois minutos para te cumprimentar no evento. São amigos que te aparecem à porta para despejar o seu lixo emocional mas já tinham planos quando lanças um disco. As marcas já não querem fazer produtos para a vida mas sim multiplicá-los numa dependência continua. Os profissionais já não querem ser reconhecidos pela qualidade do seu trabalho mas sim pelo seu lifestyle ou currículo social”, afirmou, sem rodeios.
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