Nininho Vaz Maia Fala pela primeira vez sobre a síndrome com que vive: “Mata-me às vezes…”
Foi no podcast ‘Watch TM’, de Pedro Teixeira da Mota, que Nininho Vaz Maia revelou viver com uma síndrome que o desafia constantemente.
Conhecido por ser uma das principais vozes da música cigana e pelo carisma que cativa multidões, Nininho Vaz Maia revelou recentemente que, ainda assim, longe das luzes dos palcos, a confiança que demonstra nem sempre reflete o que sente.
O jurado do ‘The Voice Portugal’ abriu o coração numa conversa com Pedro Teixeira da Mota, no podcast ‘Watch TM’, onde confessou ter síndrome de impostor, ou seja, o cantor sente que não merece o sucesso ou as conquistas que alcançou.
“A minha pancada é: eu nunca me acho tão ao nível dos outros, porque não me sinto músico. Ou seja, toco um pouco de guitarra, mas quero saber tocar pelo menos guitarra e piano. Por exemplo, eu não sei notas, quando vejo os músicos a falar de notas… sai-me muito natural. Dou as notas porque nascemos assim então sinto-me assim meio atrás, muitas vezes vêm-me esses pensamentos de: ‘Estou a ver estes gajos a tocar para caraças e a cantar para caraças e (…) não está no mesmo nível que eu, e se calhar merecia e estudou mais que eu’“, desabafou.
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“Por alguma razão somos nós que estamos aqui, existe uma razão que um dia vamos descobrir, mas também tenho esse inimigo cá dentro. (…) Não fico [contente com as conquistas]. A minha equipa e pessoas próximas perguntavam-me muito: ‘Espera aí, mas não estás contente?’ Eu estou, mas não é da mesma forma, não estou a rebentar, não estou a sorrir. Assim que esgotava começava logo a criar outro problema que era ‘bora, vou ter de estar preparado’. Eu sou assim”, continuou.
Cristiano Ronaldo canta Nininho Vaz Maia em alto-mar
O artista contou que, sempre que tem uma entrevista ou uma atuação, começa a ‘sabotar’ o próprio descanso uma semana antes devido à preocupação que sente: “Estou 24 horas no carro a ouvir a minha música que já fiz e que já passei horas e horas em estúdio (…) Castigo-me ‘bué'”.
Apesar das dificuldades, Nininho reconhece a necessidade de afastar estes pensamentos tão negativos.
“No fundo, merecemos. A gente trabalha e temos de mandar o impostor embora. A mim mata-me às vezes. Estou mesmo, agora, nesta fase de aprender a gerir tudo, este turbilhão todo, porque não é fácil, estou a descobrir hoje que não é fácil estar no meio de tudo e em constante mudança”, concluiu.
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Texto: Beatriz Soares; Fotos: Arquivo Impala e Redes Sociais.
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