António Pedro Cerdeira Pronto para ajudar a educar filho mais novo de Beauté: «Foi-me delegada essa responsabilidade»
António Pedro Cerdeira garante: «Equaciono todos os cenários. Para o que for preciso. O Eduardo confiou em mim. Eu não o quero desiludir e não o vou desiludir»
«Ainda um bocadinho anestesiado» com a morte do «amigo e irmão» Eduardo Beauté, que aconteceu menos de dois meses depois de ter perdido a mãe, António Pedro Cerdeira assume reiteradamente à Nova Gente que pretende participar na educação do filho mais novo do cabeleireiro, Eduardo, de quatro anos, de quem o ator é padrinho.
«Claro que pondero», afiança o ator, de 49 anos, para a seguir garantir: «Equaciono todos os cenários. Para o que for preciso. O Eduardo confiou em mim. Eu não o quero desiludir e não o vou desiludir.»
Na segunda-feira, dia 9 de setembro, o ator ainda não tinha estado com a criança, de apenas quatro anos, desde que o hair stylist perdeu a vida – a causa da morte foi entretanto revelada. «Vou agora tentar saber como é que são as coisas. Foi-me delegada essa responsabilidade pelo Eduardo. Aliás, as palavras dele foram: ‘Se algum dia me acontecer alguma coisa, pensei em pessoas que pudessem, de alguma forma, substituir-me’. Tenho essas palavras bem presentes. Agora, quero informar-me. Estou cá para o que for necessário, porque quero que ele esteja em paz e quero também eu estar em paz», sublinha.
Pai de dois jovens – Lourenço, de 17 anos, e Afonso, de 14, nascidos de relações diferentes -, António Pedro Cerdeira não tem dúvidas do «extraordinário pai» que Eduardo Beauté foi para Eduardo e os irmãos, Bernardo, de nove anos, e Lurdes, de sete. «Como pai, estou à vontade para dizer isso. O Eduardo faz falta na vida dos filhos e sei do enorme amor que tinha por eles e o pai extremoso que era», constata.
A última conversa do ator com Eduardo Beauté
É inevitável o estado de «incredulidade» com o desaparecimento de Eduardo Beauté. «Ele era uma pessoa genuinamente boa, das melhores pessoas em termos de carácter e de personalidade que conheci na minha vida. Deixou-me muitas coisas boas e ajudou-me. Muito. Não financeiramente, embora, se eu tivesse precisado, ele também o teria feito», acredita o ator, que não consegue esconder a «grande tristeza» que diz estar a sentir.
«Por uma questão de educação, dizemos que não se deseja a morte a ninguém – como é óbvio, eu não desejo a morte a ninguém -, mas há pessoas que, às vezes, não fazem falta nenhuma. E o Eduardo fazia. Ainda não me caiu bem a ficha», desabafa.
O choque é ainda maior pelo facto de, na derradeira conversa de Cerdeira com Beauté, o último ter aparentado estar «bem e bastante normal». O telefonema aconteceu na terça-feira anterior à morte do cabeleireiro. «Cheguei a comentar: ‘Sinto outra vez o Eduardo de outros tempos’», recorda, remetendo para a fase anterior ao profundo quadro depressivo que o amigo apresentava nos últimos tempos. «Achei que ele estava a dar a volta. O Eduardo já tinha ido ao chão e já tinha voltado… Sempre o vi a dar a volta.»
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Texto: Ana Filipe Silveira e Dúlio Silva
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