António Calvário Aos 86 anos, abre o jogo sobre o amor: “Tem de haver namoricos”
Aos 19 anos entrou na Emissora Nacional. Foi Rei da Rádio, foi eleito o melhor cançonetista nacional e ganhou o primeiro Festival da Canção. Fez cinema e teatro. Depois do 25 de Abril, viu as portas fecharem-se-lhe e cantou em cabarés para ganhar dinheiro. Nunca desistiu. Aos 86 anos, garante que não pensa na morte.
Aos 86 anos, o que é que o faz correr?
Tudo. Tudo me faz correr [sorriso].
Continuar no ativo com a sua idade é um sinal de vitalidade?
É um sinal de que estou vivo. E estando vivo, é natural que queira continuar a trabalhar. Fala-se demais da minha idade. A idade é apenas um número.
Não gosta da idade que tem?
Eu gosto e falo sobre a minha idade. Mas não ligo. Não é ela que me define.
Está preparado para o momento em que as luzes se vão mesmo apagar?
Temos de nos preparar, que é para não ficarmos magoados.
Mas está preparado?
Por enquanto, não. Porque, enquanto me sentir ativo, não desisto [pausa]. Quando sentir, por exemplo, que a minha parte vocal deixou de funcionar, que o público deixou de me aplaudir tanto como estava habituado, então, sim, começo a pensar que é a altura mesmo de me retirar porque já não sou o mesmo.
O amor é importante para si?
Claro. Fui uma pessoa que amei muito e fui correspondido. Às vezes, era eu que acabava os relacionamentos, precisamente porque não gosto de vidas presas.
Continua a ter os seus namoricos?
Continuo, claro [risos]. Se eu nunca me casei, tem de haver namoricos.
Não é fácil alguém, que teve o estatuto que o António alcançou, se inebriar com o sucesso?
Comigo não aconteceu. Nunca fui uma diva.
Portanto, nunca foi um artista de nariz empinado?
Não, mas encontro, infelizmente, ao cruzar-me com alguns jovens, muita gente de nariz empinado. Outros, felizmente, não. Eu nunca tive o nariz empinado. Sempre fui humilde.
Leia a entrevista na íntegra na sua NOVA GENTE desta semana. Já nas bancas.
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