As últimas horas de vida de Freddie Mercury, contadas pelo assistente pessoal
Peter Freestone, assistente do cantor Freddie Mercury, recorda as últimas horas de vida do cantor, que morreu há 28 anos
Peter Freestone, assistente pessoal de Freddie Mercury, recordou, numa entrevista à Vice, o cantor e as últimas horas que esteve com o músico antes deste morrer. O assistente e o cantor eram tão próximos que Peter conheceu o lado mais íntimo de Mercury, cheio de vulnerabilidades e inseguranças.
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Freddie Mercury decidiu parar de tomar o medicamento que o mantinha vivo
«Existia aquele que todos conhecemos – no palco do Live Aid, com o mundo na palma da mão – mas também outro, um homem que não podia entrar sozinho numa sala cheia de estranhos, sem a confiança de se apresentar», conta à publicação. Há um facto nesta entrevista que, 28 anos após a morte do cantor, está a surpreender o mundo inteiro. Peter Freestone conta que a 10 de novembro de 1991, Freddie Mercury decidiu parar de tomar o medicamento que o mantinha vivo e ele foi um dos três amigos que o acompanhou nas últimas horas de vida.
Durante a última semana de vida, o cantor teve alguém sempre estava ao seu lado. Três dos seus amigos mais próximos fizeram turnos de 12 horas para garantir que nunca ficasse sozinho.
«Agradeceu-me pelos 12 anos juntos»
«Ele estava tenso no início da semana», recorda Peter. Mas tudo mudou quando – às 20h00 da noite de dia 22 de novembro de 1991 – Freddie confirmou perante o mundo, através de um comunicado, que estava com SIDA. «Foi exatamente quando comecei as minhas 12 horas com ele», diz. «Nunca tinha visto o Freddie tão relaxado. Não havia mais segredos: ele já não estava a esconder-se. Ele sabia que tinha de divulgar a declaração, caso contrário, pareceria que ele pensava que a SIDA era algo sujo que tinha de ser escondido por baixo do tapete.»
Peter Freestone e Freddie Mercury riram e falar sobre os bons velhos tempos durante horas. Também passaram por momentos de silêncio, onde o assistente ficou a segurar na mão do amigo e patrão. «E então eram oito da manhã de sábado», relembra Freestone, com a voz levemente trémula, relata a Vice. «Eu estava a levantar-me para me ir embora. O Freddie pegou na minha mão e olhámo-nos olhos nos olhos. Ele disse-me: ‘Obrigado’. Não sei se ele decidiu que era hora de ir e sabia que nunca mais me veria. Não sei se me agradeceu pelos 12 anos juntos ou se estava apenas a agradecer-me pelas últimas 12 horas. Foi a última vez que conversámos», termina.
Freddie Mercury morreu a 24 de novembro de 1991, em Londres. O cantor tinha 40 anos.
Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Reuters
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