Carrilho: “Se houve excesso da minha parte foi de devoção doméstica, não violência”

Manuel Maria Carrilho continua esta segunda-feira a ser ouvido em tribunal. O antigo ministro da Cultura é acusado do crime de violência doméstica, em processo interposto pela ex-mulher, Bárbara Guimarães.

Carrilho:

Questionado sobre a fase inicial da separação, Carrilho afirma ter ido tocar à campainha da casa que partilhava com a agora ex-mulher, mas “apenas e só para ver os filhos”, nunca com o intuito de violência ou intimidação, apesar de ter ido acompanhado. “Eu pedia para ver os meus filhos. Não aceitei a situação e tentei revertê-la. Todos os dias fui tocar à campainha, tentei ver os meus filhos às horas normais”, afirmou o antigo ministro da Cultura.

Ao longo da manhã desta segunda-feira, 13 de fevereiro, o alegado alcoolismo de Bárbara Guimarães voltou a ser tema. “A Bárbara é uma vedeta que não suporta ser contrariada em absolutamente nada. Nunca lhe disse ‘não bebes’, nunca lhe escondi garrafas… mas sempre lhe disse que era um caminho mau”, disse Manuel Maria Carrilho.

A verdade é que, apesar de este se tratar de um processo sobre violência doméstica, são poucas as alusões feitas a esse tema. O filho mais velho do casal, Dinis Maria, os seus pertences, os alegados problemas de Bárbara Guimarães, têm sido o foco do discurso de Manuel Maria Carrilho.

“A mãe atira-o para aquele sótão gigante, comprou-lhe um ecrã gigante, uma PlayStation, o jogo do GTA, para maiores de 18… tentando assim comprar o Dinis”, disse o antigo ministro da Cultura. Carrilho deixou ainda no ar não perceber como é que Carlota, de seis anos,  tem quatro babysitters, sendo que a mãe, Bárbara Guimarães, não trabalha.

Alegado alcoolismo de Bárbara em discussão

Interrogado sobre as causas do alegado alcoolismo da ex-mulher, Carrilho afirma que tudo terá piorado em 2013, quando a apresentadora não foi chamada para nenhum trabalho na SIC. “Tentou ser a diretora da revista Ativa e o Dr. Pinto Balsemão escolheu a Sofia Carvalho, tentou ficar com a direção da SIC Caras e não conseguiu… Ela tentou tudo. E eu até a ajudei a escrever mensagens para o Dr. Balsemão…”, afirmou Carrilho em tribunal.

“Não me lembro de ter uma discussão com a Bárbara que não fosse sobre álcool. Nunca quis impor um modelo de vida. Se alguém quis impor um modelo de vida a alguém foi Bárbara”., disse ainda, frisando sempre que, até ao momento da sua chegada de Paris, a 18 de outubro de 2013, o alcoolismo da ex-mulher era o único problema da relação.

Manuel Maria Carrilho reafirmou que, muitas vezes, “amparou” Bárbara Guimarães, que nunca a violentou, e que “se houve excesso da minha parte foi de devoção doméstica, não violência.”

Confrontado novamente pela procuradora Nadine Xarope com várias declarações dadas à imprensa ao longo deste último ano, Carrilho afirmou não se lembrar de as dizer, afirmando ainda que “na maior parte dos casos são declarações que me apanham a dizer, sem ser entrevista”. O professor de Filosofia disse ainda não se recordar de ter falado publicamente sobre  alegado uso de silicone e botox pela ex-mulher.

Após mais de um ano de processo em que Manuel Maria Carrilho é acusado do crime de violência doméstica e 21 crimes de difamação e calúnia, ainda faltam ouvir cerca de 40 testemunhas, das 70 arroladas, e 3 peritos.

 

Texto: Marta Amorim
Fotos: Impala

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