Beryl é prenúncio de temporadas destrutivas no Atlântico a partir de 2024

O furação Beryl, que entretanto passou a tempestade tropical, prenuncia temporadas catastróficas e altamente destrutivas no Oceano Atlântico a partir deste ano.

Beryl é prenúncio de temporadas destrutivas no Atlântico a partir de 2024

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) emitiu um alerta severo sobre o futuro dos furacões, já que o desenvolvimento e a trajetória sem precedentes do furacão Beryl pelas Caraíbas – que entretanto passou a tempestade tropicall –  revelam a possibilidade de “mais eventos climáticos extremos”. A OMM, agência das Nações Unidas para o clima e o tempo, acompanhou a trajetória mortal do Beryl e prevê mais tempestades com características semelhantes no futuro.

A rápida intensificação do furacão Beryl estabeleceu novos recordes. Anne-Claire Fontan, dirigente científica do programa de ciclones tropicais da OMM, explica que “ele desenvolveu-se muito rapidamente numa área incomum para essa época do ano”. “Atingiu a categoria 4 em junho; o mais cedo que já vimos. Logo de seguida, atingiu a categoria 5. Há, portanto, uma intensificação muito rápida.”

Este rápido desenvolvimento é atribuído a uma “anomalia positiva significativa de água quente no Oceano Atlântico”, que fornece “a energia necessária para ciclones tão poderosos”. Fontan enfatiza que “esta intensificação no início da temporada sugere uma temporada de furacões muito ativa no Atlântico em 2024”.

Espera-se que o Beryl siga “em direção à Península de Yucatán, provocando ventos violentos, apesar de uma diminuição prevista na intensidade”. “Depois de cruzar o Yucatan, deve entrar no Golfo do México, onde a sua trajetória futura é ainda incerta.”

“Ao retornar às águas quentes, ele pode se intensificar. Portanto, é nesse ponto que há incerteza… Ainda não se sabe se será no México ou no Texas (depois)”, disse Fontan.

Beryl “ilustra o que pode esperar-se no futuro”

O Beryl serve como “ilustração do que pode esperar-se no futuro, devido às alterações climáticas”. Fontan explica que “um mundo mais quente com o aquecimento global não significa necessariamente mais ciclones tropicais, pelo menos em termos de frequência”. “Mas esperamos uma alteração em direção a sistemas muito mais poderosos – com ventos muito mais fortes.”

Numa atmosfera mais quente, “capaz de reter mais humidade”, prevê-se “um aumento das chuvas associadas aos ciclones tropicais”. Isto pode levar a “mais riscos, como deslizamentos de terra, inundações repentinas e inundações catastróficas, devido a tempestades, especialmente com a subida do nível do mar”.

A categorização dos furacões baseia-se na velocidade do vento, mas os perigos “estão fortemente ligados à chuva e aos riscos associados”. “É muito importante que todos os países se preparem para furacões. Por outras palavras, que sensibilizem a população para os perigos apresentados pelos ciclones tropicais, [explicando-lhes] como devem reagir dependendo do grau de perigo.”

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