Paris2024: O anúncio do final de carreira que José Costa nunca fez

O anúncio do final da carreira de José Costa ainda “está para ser feito”, com o velejador que fez dupla com Jorge Lima em dois Jogos Olímpicos a despedir-se resolvido e “satisfeito” com um percurso que o orgulha.

Paris2024: O anúncio do final de carreira que José Costa nunca fez

“Nós, a seguir aos Jogos de Tóquio, ou quando fomos para Tóquio, já fomos com uma ideia de que dificilmente conseguiríamos ou faríamos uma outra campanha. E, portanto, eu acho que, tanto eu como o Jorge, nós estamos bem resolvidos nesse sentido”, começou por dizer, em entrevista à agência Lusa.

Aos 40 anos, José Costa é, atualmente, treinador da seleção espanhola de 49er FX (femininos), depois de ter representado Portugal no Rio2016 (16.º) e em Tóquio2020 (sétimo), ao lado de Jorge Lima.

“Não tivemos que abandonar a carreira por um mau resultado, ou por um não apuramento, ou por uma lesão. Nós, ao fim e ao cabo, decidimos não continuar nas campanhas olímpicas enquanto atletas, por motivos pessoais, por motivos que foram pensados”, justificou.

Três anos depois de terem conquistado um diploma, com o sétimo lugar em Tóquio2020 — a competição realizou-se em 2021 devido à pandemia de covid-19 -, o olímpico português reconhece que o anúncio do final da carreira da dupla ainda “está para ser feito”.

“Em dezembro de 2021, janeiro de 2022, foi quando tomámos a decisão. Até porque a Federação Portuguesa de Vela, nessa altura, nos pediu que tomássemos uma decisão, porque, enfim, existem uma série de vicissitudes inerentes à participação numa preparação olímpica, que têm de ser tomadas e têm de ser ditas e exigidas”, contou agora.

Meses antes, Costa e Lima tinham acabado Tóquio “com um sabor amargo por aquela última regata”, que os podia ter deixado “na luta pelas medalhas” — foram penalizados por uma largada fora de zona -, mas com “um sentimento gratificante”.

“Trabalhámos muito, evoluímos muito e conseguimos um diploma que era, pelo menos, aquilo que desejávamos. Nós, e todo o país, o Comité Olímpico [de Portugal], a Federação Portuguesa de Vela”, completou.

Ainda assim, os dois tinham “vontade e energia para mais”. “Prova disso é que eu continuo a fazer algum treino. E, portanto, do ponto de vista físico, não é limitante nem nada que se pareça pela idade, ou o que quer que seja. Foram outros fatores, realmente, do ponto de vista pessoal, que nos levaram a tomar a decisão de não continuar”, reiterou.

Atual secretário-geral da Comissão de Atletas Olímpicos, o algarvio assume ter-se despedido “satisfeito” com uma carreira que o “orgulha muito”, e na qual aprendeu “muito” com pessoas “muito boas”.

“Comecei muito novo com o Gustavo [Lima], fiz tripulação com o irmão mais novo, com o Jorge. Navegámos 12, 13 anos juntos, aprendi muito com os dois. Evoluímos muito eu e o Jorge, criámos muitas amizades, muitos laços, muitas vivências. Tivemos muitos bons resultados e, hoje em dia, olhando para o panorama mundial, acho que realmente nós conseguimos uma série de resultados contra […] países que têm uma diversidade e uma magnitude de apoios, de estrutura, de trabalho, que são muito, muito superiores àquilo que nós, algum dia, poderíamos sequer pensar em ter”, salientou.

*** Ana Marques Gonçalves (texto), Pedro Lapinha (vídeo) e Rodrigo Antunes (fotos), da agência Lusa

AMG // JP

By Impala News / Lusa

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