Um sobrevivente de cancro do pâncreas, que enfrenta a doença pela segunda vez, partilha os primeiros sinais que o deixaram alerta e aos quais todas as pessoas devem ter atenção de forma a terem um diagnóstico precoce. Charles Czajkowski, 63, gerente de desenvolvimento de negócios numa empresa geotécnica em Kingston, Reino Unido, conta como declarou “guerra ao cancro pancreático” após um angustiante período de cinco anos em que sofreu duas vezes da doença, que também causou a morte da sua mãe Romaulda, aos 78 anos em 1999.

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A dura batalha de Charles contra o cancro do pâncreas começou em 2017, quando lhe foi diagnosticado diabetes tipo 2. Em meados daquele ano teve uma pancreatite aguda — uma dor intensa que surge repentinamente no centro do abdómen do paciente e que pode ser acompanhada de vómitos e febre. “O meu pâncreas não estava a produzir as enzimas e comecei a ter o que chamam de diarreia pancreática, que é um verdadeiro sinal de que a comida não está a ser digerida adequadamente”, explicou em entrevista ao The Independent.

Após passar por vários hospitais e exames, só em março de 2019 lhe foi detetado um tumor de 10 milímetros na cabeça do pâncreas. “Disseram-me: Charles, você não tem pancreatite crónica, tem cancro pancreático”, contou. Fez seis meses de quimioterapia e tudo parecia resolvido, até que em 2020 lhe foram diagnosticados tumores nos pulmões e gânglios linfáticos. Seguiram-se semanas de quimio e radioterapia. Charles conseguiu engar uma vez mais a doença. No entanto, em maio de 2022, uma tomografia revelou que o cancro do pâncreas tinha voltado. Atualmente, trava a batalha para o vencer novamente. Charles Czajkowski tornou-se no rosto da luta pelo acesso, de todas as pessoas, aos tratamentos cancro do pâncreas no Reino Unido. Dirigiu-se nesta quarta-feira ao Parlamento, onde pediu mais verbas para o sistema nacional de saúde britânico no tratamento da doença.

Os 5 sintomas que deve ter em atenção

1- Pancreatite aguda (dor intensa na região superior do abdómen que irradia para as costas)

2- Vómitos

3- Febre

2- Perda de peso

3- Diarreia

Cancro do pâncreas é difícil de detectar precocemente

O cancro do pâncreas é difícil de detectar precocemente, ao contrário do que acontece por exemplo com o da mama, da próstata ou o cancro do cólon. No momento do diagnóstico, em cerca de metade dos doentes o cancro já está disseminado e apenas 20% são candidatos a tratamento cirúrgico.

O cancro do pâncreas é a terceira neoplasia maligna do sistema digestivo mais frequente em Portugal, logo após o cancro do cólon e do estômago, estimando-se que surjam anualmente em Portugal cerca de 1400 novos casos.

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