Tailândia: Resgate chega ao fim depois de 17 dias com o mundo em suspenso
O resgate das crianças e do seu treinador de futebol, que estiveram presos em gruta na Tailândia, chegou ao fim, com a conclusão das operações de salvamento, que prenderam a atenção do mundo.
A terceira fase da operação de resgate, ao 17.º dia depois de iniciadas as buscas, ficou hoje concluída com a saída das últimas quatro crianças e do treinador, de 25 anos, terminando com um calvário.
As operações de domingo e de segunda-feira permitiram retirar as outras crianças da câmara em que a equipa ficou presa, a cerca de quatro quilómetros da entrada da gruta, num complexo de túneis com zonas muito estreitas e alagadas pelas chuvas da monção que afetaram a zona.
O líder da célula de crise, Narongsak Osatanakorn, afirmou que foi feita “uma coisa que ninguém pensava ser possível”.
Antes, a página da marinha tailandesa expressava alguma da espiritualidade que pareceu acompanhar as pessoas que no centro logístico tiveram alguma interação com os jornalistas: “Não sabemos se foi um milagre, se foi a ciência, seja o que for. O importante é que os 13 javalis selvagens estão a salvo”, escreveram os fuzileiros, numa alusão ao nome de código do grupo.
O grupo de 12 rapazes e o treinador foram explorar a área depois de um jogo de futebol no dia 23 de junho.
Na altura, as inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída da gruta e impediram que as equipas de resgate os encontrassem.
O acesso ao local onde ficaram encurralados só foi possível via mergulho, através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes.
Os rapazes e o treinador foram retirados numa operação que durou três dias e que começou no domingo, quando os mergulhadores conseguiram retirar da gruta os quatro primeiros rapazes.
Na segunda-feira, foram retirados outros quatro e hoje a equipa de resgate retirou os últimos quatro garotos e o treinador.
Todas as crianças, com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, e o treinador estão bem de saúde, de acordo com as autoridades tailandesas, que montaram uma operação gigantesca, com a ajuda de mergulhadores, militares e outros especialistas, totalizando mais de uma centena de pessoas, 50 do quais de nacionalidade estrangeira.
A subida do nível de água, apesar das bombas, e a água barrenta constituíram obstáculos para os mergulhadores, com falta de visibilidade e dificuldades para progredir.
Cada viagem de ida e volta esgotava 11 horas e, nas zonas submersas mais estreitas, na qual cabia apenas uma pessoa, foi usada uma corda.
Um antigo membro dos fuzileiros tailandeses morreu, a 06 de julho, por ter faltado uma reserva de oxigénio, depois de ter aprovisionado com víveres as crianças e o treinador.
Foi a única vítima mortal registada e, na altura, as autoridades chegaram a admitir a exclusão da hipótese de uma saída das crianças em mergulho.
Mas foi através do mergulho, com cada criança, com uma máscara de mergulho, a ser escoltada por dois mergulhadores, que se concluiu o resgaste da equipa, que, em 23 de junho, depois de um treino de futebol, foi explorar a gruta de Tham Luang.
As inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída da gruta e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias.
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