Responsáveis pelo rapto de empresário moçambicano condenados a 20 anos de cadeia
O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo condenou hoje duas pessoas a 20 anos de prisão pelo rapto do empresário moçambicano Manish Cantilal em fevereiro do último ano.
Trata-se de Ana Priscila e Adolfo Novela, ambos condenados a 20 anos de prisão pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo pelos crimes de rapto, associação para delinquir e porte de armas proibidas.
Segundo o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, Ana Priscila, moçambicana de 38 anos, foi quem escolheu o cativeiro, uma propriedade registada no nome da sua mãe, e também era responsável pela alimentação da vítima.
Adolfo Novela, por sua vez, integrava o grupo de quatro homens que, empunhando uma arma, ameaçaram e raptaram o empresário moçambicano, sendo também responsável pelos atos de tortura que a vítima sofreu.
“A função de cada um dos réus foi indispensável para atingir o objetivo pretendido”, disse Efigénio Baptista, juiz da 7.ª Sessão do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, durante a leitura da sentença.
Além de Ana Priscila e Adolfo Novela, estava no banco de réus Benilde Chilengue, que foi absolvida por insuficiência de provas, embora seja acusada pelo Ministério Público de estar envolvida num outro rapto em Maputo.
Há outras três pessoas acusadas de envolvimento no rapto de Manish Cantilal, mas estão agora em parte incerta.
Segundo as autoridades, o grupo que raptou Manish Cantilal era composto por quatro pessoas, que o terão intercetado momentos após estacionar na garagem da sua habitação no bairro do Alto Maé (na cidade de Maputo) e, de forma violenta, o levado numa outra viatura.
Segundo o tribunal, trata-se de uma rede de raptores que atuam também na África do Sul e que, em Maputo, são suspeitos de também terem raptado duas outras pessoas, com destaque para o empresário e filantropo Rizwan Adatia.
Manish Cantial é sócio de um espaço de restauração inaugurado recentemente numa das principais avenidas de Maputo.
Em 2014, o empresário foi detido por suspeita de envolvimento em raptos ocorridos nas cidades de Maputo e Matola. Acabaria por ser libertado sob caução cerca de um mês depois.
Desde o início de 2020, as autoridades moçambicanas registaram mais de 10 raptos, cujas vítimas são empresários ou seus familiares.
Em outubro daquele ano, um grupo de empresários na cidade da Beira, província de Sofala, centro de Moçambique, paralisou, por três dias, as suas atividades em protesto contra a onda de raptos no país.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), maior agremiação patronal do país, também já exigiu por diversas ocasiões um combate severo a este tipo de crime e até o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, já pediu mais medidas
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By Impala News / Lusa
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