Irmãs separadas na infância reencontram-se após 50 anos
Foram separadas na infância e acabaram por reencontrar-se cinco décadas depois. “Nunca desistam”, aconselham Romana e Angélica.
Duas irmãs separadas ainda na infância tiveram destinos diferentes, mas 50 anos reencontraram. “Foi muita emoção!” Romana e Angélica procuraram-se – e tiveram ajuda de familiares – e finalmente estão reunidas. “Nunca desistam”, aconselham todos os que procuram familiares ‘perdidos’.
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Quando eram bebés, uma tragédia atingiu a família de Ramona e de Angélica, na Argentina. A mãe morreu muito cedo e foram separadas quando Romana tinha aproximadamente 4 anos. A filha, Carina, publicou uma mensagem num grupo de Facebook de desaparecidos, a contar a história da mãe e a procurar os seus irmãos. E tudo mudo.
Romana tinha três irmãos – Angélica, Clementino e Sara. Sentia “constantemente saudades deles” e pediu ajuda à filha. Em 2016, Carina juntou-se ao grupo de Facebook Onde você está? e postou a história e uma fotografia da mãe. “A minha mãe chama-se Romana e é a mais velha de 4 irmãos. Viviam em Misiones [a 1.141 km de Buenos Aires, na Argentina] e recorda-se de que foi separada dos irmãos quando tinha 4 anos. Alguém se identifica com esta história?”
Filhos de Romana não desistiram de juntar as irmãs separadas desde praticamente o berço
Carina não estava sozinha nesta busca pelo passado da mãe. Diz ter passado “muito tempo” com os irmãos a ler histórias de desaparecidos em busca dos tios. “Passámos anos à procura, madrugadas fora, sempre com esperança, porque cada reencontro nos dava esperança de que isto pudesse acontecer com a nossa mãe”, diz.
Carina disse ainda ter passado por “muitos momentos em que o desânimo e o desgaste” se abatiam sobre ela e os irmãos. “Apesar de tudo, continuámos porque as histórias de reencontros que íamos lendo eram a nossa esperança.” Até que… “Olá, sou a Angélica. Você escreveu-se há alguns anos…” Foi esta mensagem que Carina recebeu um dia e que mudou tudo na vida das irmãs separadas há 50 anos, ainda na infância.
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Reencontro emocionante organizado pelos filhos de Romana e Angélica
Carina diz ter começado a conversar com a pessoa que lhe enviou a mensagem e as semelhanças entre ela e a mãe não deixavam dúvidas. Era a tia, uma das irmãs de Romana. No mesmo dia, Romana e Angélica conversaram por videochamada. “Deixámo-las duas sozinhas e a minha mãe veio ter connosco depois, com os olhos marejados”, recorda. “‘É ela’, disse-nos.”
O reencontro “foi emocionante”. Carina conta que logo após a confirmação, a família começou a organizar o reencontro. “Precisávamos que elas se vissem, porque os outros dois irmãos tinham morrido entretanto. Se deixássemos o tempo passar, poderia ser tarde de mais”, receava Carina. Na quinta-feira, 6 de abril, deu-se o reencontro. Apesar de 50 anos sem se verem, abraçaram-se longamente, em lágrimas. “Existem milhares de histórias de pessoas que se procuram. Esperamos que não parem de procurar até se encontrarem”, diz Carina.
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