Presidente moçambicano considera pagamento de pensões aos guerrilheiros da Renamo “fatura para uma paz sustentável”

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considerou hoje que um futuro programa de pensões para os antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, é “a fatura” que o país deve pagar por uma “paz sustentável”.

Presidente moçambicano considera pagamento de pensões aos guerrilheiros da Renamo

Presidente moçambicano considera pagamento de pensões aos guerrilheiros da Renamo “fatura para uma paz sustentável”

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considerou hoje que um futuro programa de pensões para os antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, é “a fatura” que o país deve pagar por uma “paz sustentável”.

“A fatura da paz deve ser sustentada, temos estado a trabalhar no sentido de mobilizar mais apoios dos nossos parceiros”, para encontrar soluções que viabilizem o pagamento de pensões aos antigos guerrilheiros da Renamo, declarou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante a conferência “Silenciando as armas em África em 2030”, promovida em Adis Abeba, capital da Etiópia, pelo  Instituto Real de Assuntos Internacionais do Reino Unido (Chatham House).

O Presidente moçambicano assinalou que há um consenso no país de que os 5.221 homens armados do principal partido da oposição, dos quais mais de 91% já foram desmobilizados, devem ter uma fonte de sustento, recebendo pensões, apesar de não terem descontado para a previdência social.

Filipe Nyusi avançou que o Estado moçambicano está a trabalhar com os parceiros internacionais para que financiem os primeiros cinco anos de pagamento de prestações aos antigos guerrilheiros, para mais tarde serem as autoridades moçambicanos a assumirem esta responsabilidade.

A transferência de uma remuneração mensal é uma fase do processo de reintegração e reconciliação com os antigos guerrilheiros, que se vai seguir à conclusão do desarmamento e desmobilização em curso, prosseguiu Nyusi.

“Estamos a trabalhar para que ainda no presente ano fechemos a última base da Renamo e incidamos a nossa ação no processo de reintegração e reconciliação nacional, incluindo a institucionalização de pensões”, destacou.

Filipe Nyusi notou que os progressos na implementação do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da Renamo resultam do diálogo honesto e confiança entre as lideranças dos dois partidos, através de uma metodologia que qualificou como “apropriação pelos moçambicanos do processo negocial”.

O diretor do Programa para África do Chatham House, Alex Vines, apontou o pragmatismo de Filipe Nyusi como uma das chaves dos avanços registados no processo de pacificação de paz com a Renamo.

“O Presidente é engenheiro de formação e procura soluções para os problemas”, destacou.

Essa abordagem realista, prosseguiu, levou Filipe Nyusi a privilegiar contactos diretos com a liderança da Renamo e a apostar em soluções mais eficazes.

Dos 5.221 homens armados do principal partido da oposição, já foram desmobilizados cerca de 4.700, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas, faltando ainda encerrar a última base do movimento, a principal.

Na última semana, a Renamo considerou “uma incógnita” o encerramento da última base do braço armado do partido, na sequência do alegado homicídio de um antigo chefe militar da organização.

“Isto começa a ser uma incógnita: estão a assassinar os nossos desmobilizados”, disse José Manteigas, porta-voz do partido, durante uma conferência de imprensa em Maputo, na qual denunciou o alegado assassínio um delegado e desmobilizado no centro do país.

Por outro lado, o principal partido da oposição considerou essencial o pagamento de pensões aos seus homens para uma paz definitiva no país.

 

PMA//CFF

By Impala News / Lusa

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