Autora confessa de assalto milionário a hospital é absolvida

Elemento de rede internacional que desviou mais 600 milhões em 21 países foi ilibada do crime de furto de material médico no Egas Moniz, em Lisboa.

Autora confessa de assalto milionário a hospital é absolvida

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa absolveu dois suspeitos do crime de furto de material médico no valor de mais de 200 mil euros do Hospital Egas Moniz, em Lisboa. Em causa está o roubo de nove videocolonoscópios com valor entre 12 mil e 35 mil euros cada, em janeiro de 2019.

Um dos arguidos, foi detido em Espanha e colocado em prisão preventiva em Portugal. A autoria acabou mesmo for confessar o crime durante o primeiro interrogatório judicial, mas o coletivo de juízes responsável pelo caso decidiu ignorar este facto. No acórdão apenas as imagens de videovigilância do hospital – pouco nítidas – são incluídas como prova.

Em relação aos restantes elementos do grupo, quatro estão presos na Alemanha e serão julgados em Portugal e ainda existe um elemento por identificar. Todos eles pertencem a uma rede colombiana responsável por 350 furtos semelhantes em hospitais de 21 países europeus, cujo valor ultrapassa os 600 milhões de euros.

A absolvição remonta a setembro do ano passado e o Ministério Público optou por não recorrer da decisão. Tal como dá avança o Jornal de Notícias, esta situação provocou um profundo mal-estar no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

Assalto planeado ao detalhe

O grupo instalou-se numa casa em Cacilhas, Almada e dirigiu-se ao Hospital Egas Moniz no horário de visitas, um dia antes do crime. Aí montaram uma vigilância ao Serviço de Gastroenterologia e aguardaram até obter o código da porta.

No dia seguinte, novamente como visitas e já com o código de acesso da porta, entraram no serviço e apoderaram-se dos aparelhos. Colocaram-nos em sacos e saíram pela porta principal, enquanto outros elementos bloquearam o campo de visão do segurança. Mais tarde, Edith Salcedo e Luis Forero, foram detidos em Espanha na sequência da emissão de mandados de captura internacional.

A mulher, que havia confessado o crime no decorrer do primeiro interrogatório, optou por manter-se em silêncio no julgamento e contestou a acusação, negando ter participado no crime e alegando a nulidade do primeiro interrogatório.

O coletivo de juízes, alega que as “imagens de CCTV recolhidas no sistema de vigilância e segurança do hospital e outras imagens de fonte diversa é inconclusivo“. Assim sendo, e face à ausência da confissão, a dupla acabou por ser absolvida.

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