Violência entre comunidades deixa pelo menos 13 mortos no Sudão do Sul

A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS, na sigla em inglês) disse que pelo menos 13 pessoas morreram e 20 ficaram feridas devido à violência entre comunidades perto da base da missão

Violência entre comunidades deixa pelo menos 13 mortos no Sudão do Sul

A UNMISS indicou que a violência eclodiu durante as primeiras horas da manhã de quinta-feira entre duas comunidades deslocadas que se refugiaram no centro da ONU na capital do estado do Alto Nilo, Malakal.

Os feridos foram transferidos para um hospital da UNMISS, onde estão a receber tratamento médico, disse a missão, num comunicado.

“Logo após ouvir os tiros, posicionámos mais tropas no terreno”, explicou o chefe da missão no Alto Nilo, Aldred Orono, que sublinhou que a mobilização já tinha sido reforçada após confrontos na semana passada.

“Ao lado das forças de paz que patrulham regularmente a área e interagem com as comunidades, estamos sempre alerta e preparados para responder com firmeza assim que recebermos relatos de distúrbios”, disse Orono.

A UNMISS pediu a cessação imediata da violência, exortou as comunidades a exercerem o máximo de contenção e demonstrou preocupação com a perda de vidas, mas enfatizou que “a principal responsabilidade de proteger os civis é do governo desta jovem nação”.

“Como uma missão de manutenção da paz, o nosso principal trabalho é apoiar o governo para garantir a segurança dos civis. O primeiro pilar da proteção é a prevenção, mas no Sudão do Sul as tensões muitas vezes surgem em questão de segundos”, disse Orono.

Em dezembro, mais de 37 mil pessoas deslocadas estavam abrigadas no centro da ONU em Malakal, de acordo com os registos da Organização Internacional para as Migrações, cujo diretor-geral é o português António Vitorino.

Em 30 de maio, o Conselho de Segurança das Nações aprovou a prorrogação do embargo de armas em vigor desde 2018 e sanções individuais impostas desde 2015 ao Sudão do Sul, assolado pela violência.

De 2013 a 2018, o país de 12 milhões de habitantes foi atormentado por uma sangrenta guerra civil entre apoiantes dos dois líderes rivais, Salva Kiir e Riek Machar, que deixou 380 mil mortos.

A violência continua no Sudão do Sul apesar da assinatura de um acordo de paz em 2018, e o país tinha 2,3 milhões de deslocados internos em abril, de acordo com dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

A resolução, proposta pelos Estados Unidos e adotada pelo Conselho de Segurança com dez votos a favor e cinco abstenções, prorrogou o embargo de armas por um ano, até 31 de maio de 2024.

No entanto, o texto introduz uma flexibilização que permite agora a transferência de equipamento militar não letal para a implementação do acordo de paz de 2018, autorizada por um ano, sem necessidade de notificação prévia.

VQ (ANP) // CAD

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS