Ucrânia: Russos nomearam novo executivo em Energodar

A central nuclear de Zaporijia, a maior da Ucrânia, está situada na região de Energodar, sendo que a cidade foi ocupada por militares russos depois de violentos combates

Ucrânia: Russos nomearam novo executivo em Energodar

Um autoproclamado Conselho de Auto-Organização Pública de Energodar, uma cidade no sul da Ucrânia ocupada por militares russos, nomeou uma nova administração local, revelou hoje a empresa nuclear estatal ucraniana Energoatom. Pelo menos 34 membros do conselho reuniram-se na quarta-feira, elegeram Andriy Shevchyk como chefe da administração de Energodar em substituição de Dimitro Orlov, e “forçaram a renúncia” de todos os chefes e membros dos órgãos executivos, disse a Energoatom. “É claro que essas ‘decisões’ não têm força legal ou significado legal. Elas não devem ser levadas em consideração, muito menos levadas a sério e reconhecidas”, disse a empresa na plataforma Telegram.

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Em 2 de abril, Energodar foi palco de uma manifestação de moradores contra a ocupação russa, dispersa com tiros de morteiro e granadas de gás, que feriram quatro pessoas, disse a responsável pelos Direitos Humanos no Parlamento ucraniano, Lyoudmyla Denisova. Na cidade vizinha de Melitopol, o autarca Ivan Fedorov denunciou que soldados russos estão a roubar máquinas agrícolas de lavoura e colheita, devido às sanções aplicadas contra Moscovo. “A Rússia está sob sanções há muitos anos e o equipamento que eles estão a retirar da região de Zaporijia e Melitopol não está disponível para compra em território russo”, disse Fedorov, citado pelo canal ucraniano Channel 24. Na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, o autarca de Lozova, Sergei Zelenski, indicou que tropas russas atacaram várias localidades. “Graças a Deus não há vítimas”, esclareceu, segundo a emissora pública ucraniana Suspilne.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos. Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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