“Apoiamos o mandado de captura”, afirmou Erdogan em Istambul, citado pela agência francesa AFP.

O TPI emitiu na quinta-feira mandados de detenção contra Netanyahu, Gallant e o chefe do braço militar do grupo extremista palestiniano Hamas, Mohammed Deif, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

“Consideramos importante que esta decisão corajosa seja implementada por todos os países signatários do acordo, de forma a renovar a confiança da humanidade no sistema internacional”, afirmou Erdogan.

O líder turco disse ser imperativo que os países ocidentais, “que há anos dão lições ao mundo sobre direito, justiça e direitos humanos”, cumpram as suas obrigações em relação ao direito internacional.

Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, Erdogan tem afirmado repetidamente que a Turquia fará “tudo o que for possível” para responsabilizar Netanyahu e as autoridades israelitas.

No início de novembro, a Turquia apresentou uma carta conjunta à ONU, assinada por 52 países e duas organizações, apelando para a suspensão do fornecimento e entrega de armas a Israel.

A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.

Israel lançou em seguida uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou, desde então, mais de 44.000 mortos, de acordo com o Governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.

O conflito alastrou-se ao Líbano devido ao envolvimento do grupo xiita libanês Hezbollah, pró-iraniano, em bombardeamentos contra o norte de Israel em apoio ao Hamas.

Ao discursar numa iniciativa da União das Organizações da Sociedade Civil do Mundo Islâmico, Erdogan acusou a comunidade internacional de fechar os olhos perante as ações de Israel no Médio Oriente.

“Os mecanismos de governação global, as organizações internacionais e os meios de comunicação social internacionais estão a fechar os olhos aos crimes contra a humanidade cometidos na Palestina, no Líbano e em muitas outras regiões”, afirmou.

“Está a ser implementado um apagão total a favor de Israel para que a selvajaria não venha para a ordem do dia”, denunciou, citado pela agência turca Anadolu.

O líder turco disse que “os atores privilegiados do sistema internacional” estão a arrastar diferentes regiões, “especialmente a geografia islâmica”, para um “vórtice de instabilidade em nome dos seus interesses”.

Erdogan prometeu continuar a desenvolver esforços “para colocar Jerusalém sob um guarda-chuva de segurança internacional”.

“Como mundo islâmico, precisamos de pôr de lado as nossas diferenças de opinião, tomar uma posição comum e agir como um só corpo”, apelou.

PNG // MSF

By Impala News / Lusa

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