Presidente da Câmara do Porto diz que TAP não tem «nenhuma utilidade»
O presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, afirmou, na sequência de dados divulgados sobre os voos da companhia aérea portuguesa a partir do Porto, que a TAP “não tem nenhuma utilidade” para a cidade.
Citado numa nota publicada no ‘site’ da Câmara do Porto, Rui Moreira afirma que a TAP “tem o seu ‘hub’ em Lisboa e, portanto, não tem nenhuma utilidade para a cidade do Porto, pelo contrário”. “Faz parte da estratégia do Governo para a TAP, por muito que o Governo o esconda”, afirmou o autarca, acrescentando que a companhia aérea portuguesa é uma companhia “imperial” que tem como “única estratégia ser uma companhia de ‘hub’ e o seu ‘hub’ assumidamente é Lisboa”. “Compreendemos perfeitamente que a TAP seja relevante para Lisboa e que Lisboa seja relevante para a TAP. Não gostamos é de estar a pagar a fatura disso e exigimos para a região um conjunto de recursos necessários para atrairmos outras companhias aéreas”, defendeu Rui Moreira.
O Jornal de Notícias avança que a TAP representa 10% dos voos com destino a partir do Porto, ou seja, que só um em cada 10 passageiros que passa pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro é transportado pela companhia aérea portuguesa. Os números do peso da TAP no Aeroporto Francisco Sá Carneiro “não surpreendem” o autarca independente. “Isto não nos admira. Não queremos cá a TAP, é melhor que não venha. Ainda por cima, a ligação Porto-Lisboa está cada vez pior”, salientou.
Emirates de volta, pede Rui Moreira
Rui Moreira disse ainda que vai exigir que o Governo providencie “os recursos necessários” para que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro possa “atrair voos diretos, nomeadamente intercontinentais”, que foram impedidos devido à pandemia da covid-19. “É muito importante voltarmos a ter a Emirates, aumentarmos a frequência da Turkish, termos a United Airlines, a British Airways, a KLM. A TAP mais vale não vir e portanto poupar-nos essa desgraça, mas compensando naturalmente o Porto”, observou.
Para o independente, a compensação passa por “apoios, através do Turismo de Portugal” ou outros que permitam “garantir rotas para viajar diretamente sem ter de usar outros ‘hubs'”. “Era melhor que a Área Metropolitana do Porto (AMP) se concentrasse em fazer exigências ao Governo, até porque a maior parte dos presidentes de câmara são da cor do Governo, no sentido de nos serem dados recursos, ao Turismo do Porto e Norte, para irmos buscar companhias aéreas. Isso é o que a AMP se deve concentrar em fazer”, defendeu Rui Moreira.
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