Moedas defende “fiscalização forte” às velocidades em Lisboa em vez de reduzir 10 km/h

O presidente da Câmara de Lisboa defendeu hoje “uma fiscalização forte” ao cumprimento das velocidades de trânsito automóvel em vez da redução dos limites em 10 quilómetros por hora, reiterando que a decisão será tomada após consulta pública.

Moedas defende

“Seria muito mais importante ter uma fiscalização forte em relação às velocidades do que propriamente baixar certas velocidades”, afirmou Carlos Moedas (PSD), considerando que a redução em 10 km/h não resolve a questão do incumprimento por parte dos automobilistas.

Na reunião da assembleia municipal, no âmbito da apreciação do trabalho do executivo camarário nos últimos dois meses, o presidente da Câmara de Lisboa foi questionado pelo deputado independente Miguel Graça (eleito pela coligação PS/Livre) sobre a proposta do Livre que prevê alterações no trânsito, inclusive a redução dos limites de velocidade, ao que respondeu que a iniciativa vai ser alvo de consulta pública, porque é preciso “ouvir as pessoas”.

Miguel Graça acusou a liderança PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa de “falta de planeamento” para a construção da cidade, inclusive na área da mobilidade, considerando que a medida de transportes públicos gratuitos para residentes menores de 23 anos e maiores de 65 anos “não é uma estratégia de mobilidade”.

Em resposta, o social-democrata Carlos Moedas recusou as críticas sobre a ausência de intervenção na área da mobilidade: “Não é verdade que não fizemos nada […]. Quantas cidades oferecem transportes públicos? Quantas? Diga-me quantas?”

Relativamente à alteração da ciclovia da Avenida Almirante Reis, o autarca do PSD justificou a retirada da sua proposta de uma solução provisória por considerar que “a polarização que estava a acontecer não é positiva para ninguém”, inclusive estava a criar “uma fricção social”.

A deputada municipal do BE Isabel Pires afirmou que essa polarização foi criada por Carlos Moedas quando assumiu o compromisso eleitoral de acabar com essa ciclovia e o socialista Rui Paulo Figueiredo disse que “afinal foi uma promessa que o senhor presidente não tinha estudado convenientemente”.

Na informação prestada à assembleia, o presidente da câmara realçou a 1.ª edição do Conselho de Cidadãos, indicando que foi “um verdadeiro sucesso”, com mais de 2.300 pessoas inscritas e 50 que foram sorteadas, em que “muitas delas nunca tinham estado envolvidas em nada de político”, pelo que este é um instrumento que reforça a “proximidade e capacidade de trabalhar em conjunto com as pessoas”.

Para o deputado independente Miguel Graça, que promoveu duas sessões na assembleia sobre o funcionamento do Conselho de Cidadãos, a 1.ª edição “não foi um sucesso”.

“O Conselho de Cidadãos não foi um sucesso aqui, mas foi um sucesso lá fora”, reforçou Carlos Moedas, questionando o porquê desta “bolha” sobre um instrumento para dar voz às pessoas, que acontece em outras cidades da Europa, com partidos de direita e de esquerda: “Será que isso é tão difícil, custa tanto a engolir?”

Do trabalho do executivo camarário nos meses de abril e maio, o presidente da câmara destacou também a escolha de Lisboa para a missão da União Europeia de 100 cidades neutras no clima e inteligentes até 2030, o apoio aos refugiados da Ucrânia e o “sucesso e segurança” do regresso das festas da cidade após dois anos de interregno devido à pandemia de covid-19, inclusive a realização dos arraiais populares.

SSM // MCL

By Impala News / Lusa

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