Moeda iraniana cai para novo mínimo histórico

A moeda iraniana caiu hoje para um novo mínimo histórico, negociando nos 613.500 por dólar, numa altura em que a procura por divisas estrangeiras dispara devido às férias do novo ano persa.

Moeda iraniana cai para novo mínimo histórico

O mínimo histórico da moeda oficial do Irão, o rial, ocorre menos de um mês depois das eleições legislativas, que registaram a menor taxa de participação na história recente do país.

Os cidadãos que tentaram trocar ao longo do dia de hoje riais por moedas estrangeiras no principal centro de casas de câmbio de Teerão, na rua Ferdowsi, não conseguiram porque a maioria estava fechada devido aos feriados do novo ano persa, que vão de 20 de março a 02 de abril.

“O preço não é real. A procura pela compra de dólares é muito alta, mas há poucas casas de câmbio a abrir”, disse um funcionário de uma das empresas, destacando que os feriados estão a contribuir para que a moeda caia face a outras divisas.

As viagens para o estrangeiro aumentam durante este período, impulsionando a procura de moedas estrangeiras, como os dólares americanos e euros.

“O rial caiu 5% em relação aos últimos seis dias enquanto o país inteiro está de férias”, afirmou um cidadão.

Segundo dados da AP, a cotação do rial era de 590 mil por dólar em 18 de março, último dia útil antes do feriado.

Muitos iranianos têm visto as poupanças evaporarem, à medida que a moeda local perde terreno, valendo cerca de um vigésimo do que valia em 2015, quando o Irão assinou um acordo nuclear com potências mundiais.

As relações do país com o Ocidente têm-se deteriorado nos últimos anos, principalmente com os Estados Unidos.

Nas eleições legislativas realizadas no início de março, os conservadores iranianos renovaram a maioria no parlamento, tendo sido eleitos 245 deputados na primeira volta.

Outros 45 assentos parlamentares serão decididos numa segunda volta em abril ou maio, uma vez que os candidatos não conseguiram obter pelo menos 20% dos votos nos seus círculos eleitorais, 16 dos quais em Teerão.

O processo eleitoral ficou marcado pela indiferença e apatia do eleitorado devido à crise económica do país, o afastamento de numerosos candidatos reformistas e o alheamento político, acentuado no rescaldo dos protestos motivados pela morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini em setembro de 2022, queando estava sob custódia policial por alegado uso indevido do ‘hijab’ (véu islâmico).

Os protestos, atribuídos pelo Irão a uma potência estrangeira para fomentar instabilidade interna, foram duramente reprimidos (com o registo de cerca de 500 mortos), com o regime de Teerão a endurecer as medidas de controlo sobre o vestuário das mulheres no país.

 

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By Impala News / Lusa

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