Ministério Público pede prisão preventiva para Manuel Pinho

O Ministério Público pediu a medida de coação mais gravosa para Manuel Pinho: prisão preventiva. Agora cabe ao advogado do antigo ministro apresentar os seus argumentos e no final do dia o juiz Carlos Alexandre irá decidir.

Ministério Público pede prisão preventiva para Manuel Pinho

Os procuradores do Ministério Público acabam de pedir a medida de coação mais gravosa para Manuel Pinho: prisão preventiva. De acordo com o Observador, o MP baseia-se em indícios de perigo de fuga para pedir a prisão preventiva do ex-ministro da Economia. O MP entende que Manuel e Alexandra Pinho alienaram recentemente património e se preparavam para não voltar a Portugal. O casal Pinho tem residência em Alicante (Espanha) e o ex-ministro viaja com regularidade para fora do espaço da União Europeia.

Ricardo Salgado paga 15 mil euros mensais a ministro da economia

Durante o período em que foi ministro da Economia – março de 2005 a julho de 2009 – Manuel Pinho terá recebido do saco azul do Grupo Espírito Santo (GES) uma avença de 14.963,94 euros por mês. A alegada avença terá sido paga em contas na Suíça de duas sociedades offshore: Mesete II e Tartaruga Foundation, tendo esta última sido criada quatro dias antes de este tomar posse como ministro. Enquanto governante, Pinho terá recebido do saco azul do GES mais de 1,27 milhões de euros.

O ex-ministro é ouvido nesta sexta-feira, na qualidade de arguido, no caso EDP. E a avença mensal que terá recebido do saco azul do GES, durante o período em que foi governante, será um dos temas centrais com que será confrontado pelos procuradores do processo. Pinho era, de acordo com os autos do caso EDP, o primeiro nome de uma lista de supostos beneficiários do saco azul designado ‘RESS’, que significará, Ricardo Espírito Santo Silva Salgado. Quando ouvido na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas de luz, em 2018, Pinho negou ter recebido qualquer avença oriunda do BES.

Pagamento de 500 mil euros após ter tomado posse

Tal como escreve o CM, enquanto foi ministro, Pinho terá recebido um total de 1,27 milhões, divididos em duas formas: uma avença mensal que superou os 778 mil euros e um pagamento de 500 mil euros, recebido em maio de 2005 – dois meses após ter tomado posse como ministro. Assim, Manuel Pinho é suspeito de, enquanto exercia cargo de ministro, ter tomado decisões favoráveis aos interesses do GES e da EDP. No total, o MP suspeita de que Pinho, em troca desse alegado benefício, terá recebido de forma indevida mais de 4.5 milhões de euros do GES e da EDP.

Os extratos da conta da ESE no Banco Privee Espírito Santo (BPES), antigo banco do GES na Suíça, indicam que a avença terá sido paga entre os dias 15 e 20 de cada mês. Em diversas ocasiões, após realizado o pagamento, a conta do saco azul ficou com saldo negativo. Recorde o incidente que originou a saída de Manuel Pinho do cargo de ministro da Economia.

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